O Ministério Público do Tocantins obteve êxito no Tribunal do Júri e conseguiu condenar um homem a 53 anos de prisão pela morte de um casal na zona rural de Paraíso do Tocantins, em novembro de 2020. P. ainda foi condenado por estupro, tentativa de furto e furto qualificado.
As penas do réu foram agravadas porque o Conselho de Sentença acolheu as teses do Ministério Público e considerou que os homicídios foram qualificados: por motivo fútil, meio cruel e utilização de recurso que dificultou a defesa das vítimas.
Segundo as investigações, P., que chegou a trabalhar para o casal, foi até a propriedade rural das vítimas de bicicleta no final da tarde do dia 25 de novembro de 2020. Munido de uma foice, ele cortou um pedaço de pau e ficou escondido em meio a um canavial, à espera de J.
Quando o ex-patrão se aproximou da plantação, o acusado, de posse do bastão de madeira, desferiu golpes contra a vítima, causando sua morte.
Após o crime, P. se dirigiu até a sede da propriedade rural, onde estuprou e matou, a pauladas, L. esposa de J.
A sentença foi prolatada nesta sexta-feira, 18, pela juíza titular da comarca de Paraíso do Tocantins, Renata do Nascimento e Silva.
Além dos dois homicídios e do estupro, P. foi condenado por furto qualificado, por ter levado objetos da casa, e por tentativa de furto (de uma motocicleta).
A sustentação oral no Tribunal do Júri foi feita pelo promotor de Justiça Paulo Alexandre Rodrigues de Siqueira.
Dosimetria
Pela morte do ex-patrão, o réu foi condenado a 22 anos e 5 meses de prisão, e pelo assassinato da mulher, recebeu a pena de 19 anos e 8 meses de prisão. A condenação por estupro foi de 8 anos e 1 mês, e pelo furto e pela tentativa de furto, de 2 anos e 7 meses de prisão.
Motivação
De acordo com o Ministério Público, a morte teria ocorrido por vingança, já que P. que trabalhava na propriedade rural do casal, acabou sendo demitido três meses antes dos crimes.
A investigação apurou que os patrões estavam insatisfeitos com o desempenho do réu em suas atividades laborais. Além disso, Pablo também teria se insinuado para a mulher e o casal percebeu o desaparecimento de alguns objetos da propriedade.
O casal chegou a emprestar uma moto para P. ir trabalhar na chácara, e segundo testemunhas, ele disse um dia “que tinha a vítima [L.] como uma mãe”.
Ele foi preso um mês após os crimes, em sua residência. No local, a polícia encontrou objetos das vítimas e botas sujas de sangue.
Pablo Sousa, que já estava preso na Casa de Prisão Provisória de Paraíso, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
ASCOM