Com base nas informações fornecidas pelo Ministério da Saúde em Gaza e fontes próprias, a ONU estima que:
Mais de 5% por cento da população de Gaza foi morta, ferida ou está desaparecida;
Pelo menos 3.000 mulheres ficaram viúvas;
Pelo menos 10 mil crianças ficaram órfãs;
Mais de 17 mil crianças estão desacompanhadas ou separadas de suas famílias;
Mais de 1 milhão de pessoas perderam suas casas, quase metade da população de Gaza.
De acordo com a ONU, há ainda um cenário preocupante diante do colapso da ordem social:
As crianças estão enfrentando situações cada vez mais perigosas para tentar encontrar alimentos, água, madeira e suprimentos essenciais.
Os riscos associados à violência de gênero aumentaram, com oportunidades limitadas para os sobreviventes dessas agressões acessarem serviços de apoio que salvam vidas e riscos crescentes para crianças, especialmente meninas com deficiência.
Há várias indicações de “um aumento extremamente preocupante de detenções em massa e arbitrárias”, com “sérias preocupações de detenções incomunicáveis e desaparecimentos forçados”.
Os dados, na avaliação dos especialistas da entidade, reforçam a ideia de que crimes de guerra e crimes contra a humanidade podem ter sido cometidos em Gaza.
Depois de a Corte Internacional de Justiça determinar, na sexta-feira (24), que Israel deve cessar qualquer ofensiva sobre Rafah, no sul de Gaza, o informe aponta que os conflitos mataram 250 palestinos e deixaram 829 feridos.
Nesse mesmo período, um soldado israelense morreu.
No total, os dados apontam para mais de 36 mil mortos em Gaza e mais de 81 mil feridos.
Cortes internacionais são ignoradas por Netanyahu
O informe da ONU é enviado a governos no momento em que o governo de Benjamin Netanyahu é colocado sob forte pressão internacional. Nesta terça-feira (28), três países europeus passarão a reconhecer o Estado palestino.
Os ataques no fim de semana contra um campo de refugiados geraram indignação até mesmo de aliados de Israel, como a França e a União Europeia.
A ofensiva ocorre num momento em que tanto a Corte Internacional de Justiça como a procuradoria do Tribunal Penal Internacional insistem em apontar que os crimes em Gaza e em Israel não podem ficar impunes.
Reportagem
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