Um ciclone tocou o solo neste domingo (26) em Bangladesh, onde quase um milhão de pessoas, incluindo regiões da vizinha Índia, abandonaram as suas cidades costeiras para procurar abrigo em áreas do interior do país, informaram as autoridades.
“O intenso ciclone Remal começou a atravessar a costa”, disse à AFP o diretor do departamento meteorológico de Bangladesh, Azizur Rahman. Ele informou que a tempestade pode prosseguir na região até a madrugada de segunda-feira.
“Até o momento registramos ventos de até 90 quilômetros por hora“, acrescentou. Esta intensidade para ventos sustentados situa o Remal na categoria de tempestade tropical, mas já foram detectadas rajadas de 130 km/h.
Os ciclones mataram centenas de milhares de pessoas em Bangladesh nas últimas décadas, mas o número de tempestades que atingem a costa densamente habitada do país aumentou consideravelmente nos últimos anos, de uma para três por ano, devido ao impacto da mudança climática.
“O ciclone pode desencadear uma ondulação de até quatro metros acima da maré normal, o que pode ser perigoso”, disse à AFP Muhammad Abul Kalam Mallik, do departamento de meteorologia.
A maior parte das áreas costeiras de Bangladesh fica um ou dois metros acima do nível do mar.
“Estamos aterrorizados”, declarou Yusuf Fakir em Kuakata, uma cidade do extremo sul de Bangladesh, na rota prevista da tempestade, antes da chegada do ciclone.
O pescador de 35 anos decidiu permanecer na localidade para proteger os bens da família, mas enviou a mulher e os filhos para a casa de um parente no interior.
Treze pessoas ficaram feridas depois que uma balsa que transportava mais de 50 passageiros – o dobro de sua capacidade – naufragou perto de Mongla, um porto na trajetória da tempestade, afirmou a polícia.
Uma pessoa morreu afogada no mar agitado na tarde de domingo, disse à AFP o administrador do governo distrital, Nur Kutubul Alam.
Kamrul Hasan, secretário de gestão de catástrofes do governo de Bangladesh, afirmou que as pessoas receberam ordens para abandonar casas “inseguras e vulneráveis”.
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