A informação foi confirmada ao g1 nesta quinta-feira (6) por Hussein Ezzddein, primo do marido dela.
A família tentava a transferência desde o início da semana, por conta da gravidade da situação na região.
A filha de Fátima, de 10 anos, permanece no Hospital Libanês Italiano, em Tiro. Ela passou por três cirurgias na perna e apresenta melhora.
De acordo com a família, Fatima deixou a UTI e tem evolução no estado de saúde. Ela ficou gravemente ferida e teve o rosto desfigurado.
Atualmente, o marido dela, Ahmad Aidibi, mora em Itapevi, na Grande São Paulo. Ele se mudou para o Brasil em busca de oportunidades de trabalho e deseja trazer a família ao Brasil.
“Precisamos trazê-los porque a situação da guerra está ficando mais grave. Os outros dois filhos que não se machucaram estão na casa de parentes, mas não é um local seguro”, afirmou o primo.
Procurados, o Itamaraty e a Embaixada do Brasil no Líbano não retornaram até a última atualização desta reportagem.
Fatima estava em casa com dois dos seus quatro filhos quando foram surpreendidos pelo bombardeio. No momento do ataque aéreo, as outras duas crianças, de 12 e 7 anos, tinham saído para a casa dos avós.
Família brasileira perde casa em ataque aéreo no Líbano
Um vídeo enviado para Hussein mostra como o imóvel da família ficou destruído após o bombardeio. Nas imagens, é possível ver os destroços e marcas de sangue em um sofá da casa (veja acima).
Segundo agências de notícias internacionais, os ataques foram feitos por Israel, que visava áreas do grupo terrorista Hezbollah. A agência AP diz que o Hezbollah afirmou que interceptou um drone de Israel durante os ataques deste sábado.
Em nota, o governo brasileiro condenou o ataque e informou que presta apoio à família. Veja nota completa:
“O governo brasileiro manifesta sua indignação e condena o bombardeio de ontem, dia 1°, em Saddikine, no Sul do Líbano, que resultou em ferimentos em três cidadãos brasileiros. Todos estão recebendo tratamento no Hospital Libanês Italiano, em Tiro. O episódio ocorreu no contexto de ataques das forças armadas israelenses no Sul do Líbano e do Hezbollah no Norte de Israel.
“A Embaixada do Brasil em Beirute está em contato com os familiares e com a equipe médica e presta o apoio consular. Desde o início do conflito entre Israel e Palestina, a Embaixada em Beirute monitora e mantém contato regular com os brasileiros residentes no Sul do Líbano.
O Brasil exorta as partes envolvidas nas hostilidades à máxima contenção, assim como ao respeito aos direitos humanos e ao direito humanitário, de forma que se previna o alastramento do conflito em Gaza e se evitem novas vítimas civis inocentes”.
Mãe e filhos de 10 e 9 anos (de véu preto e camiseta branca) ficam feridos em ataque aéreo. — Foto: Arquivo pessoal
Hussein Ezzddein contou ao g1 que seu primo, Ahmad Aidibi, é casado com Fatima Boustani há 15 anos. A família mora em Saddike, a cerca de 100 quilômetros de Beirute.
Aidibi foi para Itapevi antes da mulher e dos filhos para conseguir oportunidade de trabalho, mesmo sem falar português.
Fátima é libanesa, mas já morou no Brasil há alguns anos, tem parente no país e há poucos meses ela e os filhos conseguiram a nacionalidade brasileira. A família planejava se mudar ainda neste ano para a Grande São Paulo, após o término do período escolar das crianças, informou o primo.
Brasileira que teve casa atingida por ataque aéreo no Líbano está em estado grave