A polícia de MG encontrou na casa da empresária Samira Monti Bacha Rodrigues itens de luxo avaliados em cerca de R$ 15 milhões, segundo informou o Fantástico. A mulher de 40 anos é suspeita de envolvimento em fraudes financeiras milionárias em empresa da qual era sócia.
O que aconteceu
Investigação diz que Samira gastava vultosas somas em dinheiro em viagens internacionais. Ao voltar para o Brasil, ela repassava os produtos de luxo por valores abaixo do preço vendido no mercado, segundo a polícia. Em uma única viagem a Dubai, gastou US$ 148 mil (R$ 813 mil) na compra de joias, também de acordo a investigação.
Polícia Civil fez operação na semana passada. Na casa dela, agentes apreenderam artigos de luxo, automóveis e dinheiro em espécie. Ao todo, os itens foram avaliados em R$ 15 milhões. Eles teriam sido comprados com dinheiro do esquema fraudulento, segundo revelou a TV Globo. A empresária é suspeita de fraudes financeiras que podem chegar a R$ 35 milhões.
Samira morava em um apartamento de R$ 6 milhões com o marido, a família e três empregadas, em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte. Ela é descrita pela polícia como a “cabeça” do esquema de fraudes. Apesar disso, Samira é considerada uma pessoa discreta nas redes sociais.
Justiça de Minas Gerais concedeu prisão domiciliar a empresária. O juiz levou em consideração que ela é mãe de filhos menores de 12 anos.
Ao Fantástico, a defesa de Samira disse em comunicado: “Em razão do segredo de justiça e de as investigações estarem ainda no início, os advogados e a própria Samira Bacha não se manifestarão pela imprensa. E que ela e seus familiares sempre estiveram à disposição da Justiça para esclarecimentos, e assim permanecem.”
Cronologia dos crimes
A socialite teria começado os desvios em uma empresa de cartões de benefício. O negócio funcionava como uma espécie de vale-alimentação para funcionários de empresas parceiras. Ela se tornou sócia na empresa em 2018 porque tinha um vínculo próximo com o dono da instituição, mas os crimes teriam sido cometidos sem conhecimento dele, segundo a polícia.
Valores começaram a escalonar em 2023. Na época, a mulher começou a atuar no ramo de cartões médicos, que também funcionam como uma espécie de “vale”, mas com valores bem maiores. Os valores das fraudes chegaram a R$ 500 mil, segundo a polícia.
Clientes procuraram as duas empresas para relatar problemas, e a empresária “maquiou” planilhas. Segundo o delegado Alex Machado, ela fez a “gestão de crise” alterando dados de planilhas e saldos, e orientando que funcionários não narrassem nenhum problema aos outros sócios das empresas.
Última empresa na qual ela trabalhou antes de ser presa operava valores na casa dos milhões. Na área de antecipação de recebíveis, Samira teria simulado operações se passando por clientes cobrando valores de outras empresas. O montante, porém, era direcionado diretamente para a conta bancária dela.
Funcionário da terceira empresa descobriu fraudes e contatou os sócios. Os sócios teriam confrontado a mulher, que se comprometeu a devolver os valores e chegou a entregar parte do dinheiro.
Polícia foi procurada e investigação foi instaurada. Depois disso, Samira informou que “era vítima”, se negou a colaborar com sócios e disse que procuraria um advogado.