A agressão aos israelenses havia sido reivindicada pelo grupo terrorista Houthi, do Iêmen. O ataque matou um homem e feriu outras dez pessoas, segundo o Exército de Israel e os serviços de emergência.
Segundo a TV Al-Masirah, principal meio de comunicação televisivo ligado ao movimento Houthi, o Ministério da Saúde do Iêmen afirma que o ataque às instalações de refino de petróleo deixou mortos, mas não especificou quantos.
Israel diz que o ataque é uma resposta a centenas de ataques realizados contra o país nos últimos meses. O Ministro da Defesa Yoav Gallant afirmou que Israel atacou os Houthis para enviar uma mensagem após eles terem matada um cidadão israelense.
“O fogo que está queimando atualmente em Hodeidah é visto por todo o Oriente Médio e o significado é claro. Os Houthis nos atacaram mais de 200 vezes. Na primeira vez que eles prejudicaram um cidadão israelense, nós os atacamos. E faremos isso onde for necessário”, disse Gallant em um comunicado.
Ataque também na Faixa de Gaza
Forças israelenses também bombardearam neste sábado várias regiões da Faixa de Gaza, matando pelo menos 30 palestinos, de acordo com autoridades de Saúde do país. Segundo a agência Reuters, os ataques israelenses mataram 37 palestinos nas últimas 24 horas, além de deixarem várias casas destruídas.
Israel afirma que suas tropas seguem com as operações em Rafah, eliminando muitos combatentes no último dia na região de Tel Al-Sultan, no oeste da cidade. O exército prometeu “erradicar” o Hamas depois de os combatentes do atentado de 7 de outubro.
Pelo menos 38.919 palestinos foram mortos na resposta israelense, afirmam autoridades de Saúde da Faixa de Gaza.
Ataque a drone dos Houthis
Drone atinge prédio em Tel Aviv; Houthis reivindicam autoria
A explosão em Tel Aviv ocorreu horas depois que o exército israelense confirmou ter matado um comandante sênior do grupo terrorista Hezbollah, apoiado pelo Irã, no sul do Líbano.
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), o contra-almirante Daniel Hagari, disse que os militares avaliaram que o drone, que atingiu um prédio perto da praia, próximo às instalações da Embaixada dos EUA em Tel Aviv, era um modelo Samad-3, fabricado no Irã.
“Nosso entendimento é que ele veio do Iêmen para Tel Aviv”, disse ele em uma coletiva de imprensa.
Um porta-voz dos Houthis, que assim como o Hezbollah são alinhados com o Irã, confirmou que o ataque de drone foi realizado por eles e continuaria a atacar Israel em solidariedade aos palestinos da Faixa de Gaza –uma guerra entre o grupo terrorista Hamas e Israel desde outubro de 2023 causou uma crise humanitária no país e quase 39 mil mortes de palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
“O Irã está financiando, armando e dirigindo seus representantes terroristas em seus ataques a Israel e ao mundo em geral. Não permitiremos que o Irã e seus representantes aterrorizem nossos civis e continuaremos a fazer tudo o que pudermos para proteger o povo e as fronteiras de Israel”, disse Hagari.
O ataque, que ocorreu antes de uma visita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a Washington na próxima semana, provavelmente aumentará os temores sobre as consequências da guerra em Gaza, à medida que os Houthis e outros representantes iranianos se alinham com o grupo militante palestino Hamas.
Prédio em Tel Aviv danificado após ter sido atingido por drone Houthi em 19 de julho de 2024. — Foto: REUTERS/Ricardo Moraes
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, se reuniu com comandantes militares para revisar as defesas aéreas e disse que o país precisava estar pronto para todos os cenários. “Devemos estar preparados para ações defensivas e ofensivas”, disse ele, de acordo com uma declaração de seu gabinete.
Um oficial israelense disse que os militares ainda estavam investigando por que o drone não acionou o alarme, mas relatórios iniciais sugerem que a aeronave foi identificada, mas as sirenes não foram acionadas devido a erro humano.
“Estamos falando de um grande VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado) que pode voar longas distâncias”, disse o oficial militar aos jornalistas após o ataque.
Os militares disseram que as patrulhas aéreas foram aumentadas para proteger o espaço aéreo israelense, mas que não haviam ordenado novas medidas de defesa civil. O prefeito de Tel Aviv disse que a cidade, centro econômico de Israel, foi colocada em estado de alerta elevado.
Nas horas após o ataque de sexta-feira, sirenes soaram repetidamente em áreas próximas à fronteira com o Líbano e as defesas aéreas israelenses interceptaram pelo menos um alvo aéreo que cruzou para Israel.
‘Operação alcançou seus objetivos’
O porta-voz dos Houthis, Yahya Saree, chamou Tel Aviv de alvo principal “dentro do alcance de nossas armas”. Ele disse que o ataque foi realizado usando um novo drone chamado “Yafa”, que ele afirmou ser capaz de contornar sistemas de interceptação e indetectável por radares.
“A operação alcançou seus objetivos com sucesso”, disse Saree em um discurso televisionado.
Os serviços de emergência de Israel disseram que o corpo de um homem de 50 anos foi encontrado em um apartamento próximo à explosão e quatro pessoas foram levadas ao hospital com leves ferimentos de estilhaços. Outras quatro foram tratadas por choque. Todos foram liberados posteriormente, disseram os serviços de saúde.
Israel tem trocado tiros diários de mísseis e artilharia com o Hezbollah ao longo de sua fronteira norte e no sul do Líbano desde o início da guerra em Gaza, aumentando os temores de um conflito regional mais amplo se a situação escalar.
Os Houthis também intensificaram os ataques contra Israel e alvos ocidentais, dizendo que estão agindo em solidariedade com os palestinos, após a invasão de Israel na Faixa de Gaza após o ataque do ano passado por militantes do Hamas no sul de Israel.
Combatentes liderados pelo Hamas invadiram cidades israelenses em 7 de outubro, matando cerca de 1.200 pessoas e levando mais de 250 reféns de volta para Gaza, segundo contagens israelenses. Desde então, quase 39.000 palestinos foram mortos no ataque de Israel à Faixa de Gaza, de acordo com as autoridades de saúde no enclave.