O instituto de pesquisa Delphos estima que entre 59% e 60% dos venezuelanos estão dispostos a votar.
“Houve mecanismos de desesperança […] como as prisões de jovens que praticam ativismo. Isso também desencoraja o voto”, explica Mariandreina Montilla, da “Voto Jovem”.
“Os jovens não veem futuro”, acrescenta Félix Seijas, diretor da Delphos.
Há 21,6 milhões de eleitores registrados, de uma população de cerca de 30 milhões de pessoas. Mas estima-se que apenas 17 milhões que estão na Venezuela e não migraram poderão votar.
“Aqui não há plano de vida, nem econômico, nem trabalhista, nem social”, queixa-se Ana Colmenares, estudante de Psicologia, de 20 anos. “O país não mudou desde que nasci. Não há outra coisa senão isso, por isso é uma desilusão constante”, acrescenta, declarando-se “apolítica”, embora planeje votar nesta eleição.
A economia da Venezuela se contraiu 80% em sete anos e teve quatro anos consecutivos de hiperinflação. As crises econômica, política e humanitária levaram cerca de 7 milhões de pessoas a migrar para o exterior na última década, segundo dados da ONU.