Faltando dois meses para a eleição municipal, o cenário político de Porto Alegre começa a se definir, com a confirmação de coligações e articulações para fazer frente aos favoritos Sebastião Melo (MDB), candidato à reeleição, e Maria do Rosário (PT), que é deputada federal.
Nesta quarta-feira (31), o União Brasil abriu mão da pré-candidatura do deputado estadual Thiago Duarte, que será candidato a vice-prefeito em chapa liderada pela ex-deputada Juliana Brizola (PDT).
A aliança entre PDT e União Brasil era dada como certa entre os dois partidos, mas havia indefinição sobre quem representaria a aliança nas urnas. Duarte havia anunciado sua pré-candidatura ainda em junho de 2023 e agora abre mão de concorrer a prefeito pela segunda eleição consecutiva.
Segundo o deputado, a decisão dos partidos tem como objetivo “criar uma terceira via viável na cidade rompendo a polarização vinculada à atual administração, de extrema direita” do prefeito Sebastião Melo e “a extrema esquerda representada pela deputada Maria do Rosário”.
A oficialização da candidatura de Juliana Brizola, neta do líder pedetista Leonel Brizola, vai ocorrer no diretório municipal do União Brasil nesta quinta-feira (1º). Duarte já foi do PDT e se identifica como “conservador e trabalhista”.
Os dois partidos mantém conversas avançadas com o PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, que não deve se aliar com o PT na capital gaúcha.
Além disso, agora farão esforços para atrair o apoio do PSDB, partido do governador Eduardo Leite, que ainda não definiu seu rumo faltando poucos dias para a convenção partidária no domingo (4). Leite ainda não se posicionou abertamente sobre quem a sigla deve apoiar em outubro.
O PSDB está em federação com o Cidadania, que tinha indicado a deputada federal Any Ortiz como nome à prefeitura em fevereiro. A congressista desistiu de concorrer em junho.
Enquanto os tucanos não tomam posição, uma ala propõe que o ex-prefeito Nelson Marchezan Júnior dispute novamente o cargo.
Marchezan foi eleito em 2016, derrotando Sebastião Melo no segundo turno. Em 2020, ficou apenas em terceiro lugar e viu Melo vencer a disputa contra Manuela D’Ávila (PC do B).
O Novo vai lançar o deputado estadual Felipe Camozzato, e o PSTU colocou a servidora pública Fabiana Sanguiné na disputa. Distantes ideologicamente, todos se posicionam em meio a uma eleição que tem Melo e Rosário como protagonistas.
Na sexta-feira (26), a convenção municipal do PL selou o apoio à reeleição de Melo com a filiação da tenente-coronel do Exército Betina Worm, indicada pelo partido para compor a chapa.
Veterinária, ela deixou a ativa para disputar sua primeira eleição. A adesão de Betina à candidatura foi alinhada pelo deputado federal Zucco (PL-RS) e a vereadora Comandante Nádia (PL-RS), que fizeram carreira militar antes de serem eleitos. .
Em discurso, Betina defendeu que militares possam concorrer e participar da política representativa enquanto cidadãos brasileiros. “É saudável que seja assim”.
Melo conta com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que esteve em Porto Alegre na convenção e pediu união da direita contra a candidatura de Maria do Rosário. “O socialismo e comunismo nunca deu certo em lugar do mundo e não seria em Porto Alegre que daria certo”, disse Bolsonaro.
O MDB oficializou o lançamento da chapa Melo-Betina no sábado (27), em convenção conjunta com PP, PRD e PSD, que integram a aliança junto com o Podemos e o Solidariedade.
No mesmo dia, o PSOL confirmou a sindicalista Tamyres Filgueira como vice de Maria do Rosário. O PT também conta com o apoio do PC do B e de Manuela, que optou não concorrer novamente, da Rede e do Avante, além do ex-prefeito José Fortunati.
Fortunati deixou o PT nos anos 2000 e se elegeu vice-prefeito em 2008, na primeira tentativa de Maria do Rosário a chegar ao cargo de prefeita. Com a renúncia do titular José Fogaça em 2010, assumiu a prefeitura e se reelegeu pelo PDT em 2012. Tentou voltar à prefeitura pelo PTB em 2020, mas teve a candidatura impugnada. Neste ano, deixou o União Brasil de Thiago Duarte e se filiou ao PV.