Os distúrbios ocorreram em cidades como Hull, Liverpool, Bristol, Manchester, Stoke-on-Trent, Blackpool e Belfast, com relatos de pedras lançadas, saques a lojas e ataques a policiais.
Em Liverpool, cerca de 1.000 manifestantes anti-imigração, alguns gritando insultos islamofóbicos, enfrentaram contra manifestantes, e a polícia teve dificuldade para manter a ordem.
Yvette Cooper, secretária do Interior do Reino Unido, declarou que aqueles envolvidos em “desordem criminosa e violência” serão responsabilizados, e que as comunidades devem se sentir seguras.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, prometeu total apoio do governo às forças policiais para combater “extremistas” que tentam “semear o ódio”.
Outros protestos menores em diferentes locais não resultaram em violência.
Manifestante segura sinalizador de fumaça em protesto contra a imigração na cidade de Rotterham, na Inglaterra, em 4 de agosto — Foto: Hollie Adams/Reuters
A onda de violência segue o assassinato de três meninas em Southport, na segunda-feira (29/8), que chocou o Reino Unido e gerou protestos em várias cidades.
Informações falsas nas redes sociais sugeriam que o suspeito do ataque, identificado como Axel Rudakubana, de 17 anos, era um imigrante radical islâmico.
Isso levou manifestantes anti-imigração de outras localidades a se deslocarem para Southport em resposta.
A polícia esclareceu que o ataque não está relacionado ao terrorismo e que Rudakubana nasceu no Reino Unido.
Ele enfrenta acusações de três homicídios, 10 tentativas de homicídio e uma de posse de arma branca.
Rudakubana permanecerá em custódia até uma nova audiência marcada para outubro.
Uma análise da BBC revelou que influenciadores estão promovendo esses protestos por meio das redes sociais, sem uma única organização central.
Nem todos os participantes ou comentadores dos protestos têm visões extremistas ou estão ligados a grupos de extrema-direita. Alguns protestos atraíram pessoas preocupadas com crimes violentos ou desinformadas sobre a conexão do ataque com imigração ilegal.
A English Defence League (EDL), um grupo de direita radical anti-Islã, foi identificada pela polícia como responsável pelos protestos violentos em Southport, que se espalharam pelo país.
Embora a EDL tenha se dissolvido formalmente, suas ideias, especialmente contra a imigração ilegal e direcionadas a muçulmanos, ainda são influentes online.
Influenciadores como “Lord Simon” no X (antigo Twitter) ajudaram a convocar protestos em todo o país, espalhando informações falsas sobre o atacante de Southport. O conteúdo, incluindo vídeos, foi amplamente compartilhado em plataformas como TikTok, X e Facebook.
Ativistas de direita radical fora de Merseyside, como Matthew Hankinson, aproveitaram a tragédia para amplificar suas mensagens.
Hankinson, um ex-membro do grupo neonazista National Action, usou as redes sociais para justificar a violência e divulgar material racista. Stephen Yaxley-Lennon, conhecido como Tommy Robinson, também desempenhou um papel significativo, reconstruindo sua presença online após a restauração de sua conta no X. Seus posts sobre Southport têm sido amplamente compartilhados.
Na sexta-feira (2/8), a BBC havia identificado pelo menos 30 novos protestos planejados, incluindo um em Southport. Os planos de protesto variavam entre referências diretas ao ataque e preocupações mais gerais sobre imigração e segurança infantil.