“Ainda que o acesso aos mercados esteja no horizonte,” o tema comercial gera posições diferentes entre os países, razão pela qual a China propôs uma lógica de “avançar em temas de sensibilidades decrescentes”, explicou o vice-chanceler uruguaio.
Participaram do encontro delegados de igual cargo dos quatro países fundadores do Mercosul: Leopoldo Shaores (Argentina), Maria Laura da Rocha (Brasil) e Patricia Frutos (Paraguai), além da vice-chanceler chinesa Hua Chunying.
“Sabemos que há alguns que querem esperar mais tempo, outros que, como nós, querem avançar amanhã, e isso que interpretamos do lado chinês é um caminho do meio que nos agrada bastante”, assegurou.
“O diálogo de hoje [segunda-feira] não é um passo menor”, enfatizou Albertoni.
O Uruguai tem insistido para que o Mercosul alcance um TLC com a China, e até iniciou conversas de forma bilateral com Pequim. Isso causou tensões dentro do bloco regional, que ainda não conseguiu concluir o acordo com a União Europeia que negocia há mais de duas décadas.
A meta não é fácil de alcançar: o Paraguai não mantém relações com a China, já que reconhece Taiwan, algo que Pequim não tolera.
Albertoni disse que esse tema “efetivamente esteve sobre a mesa” na segunda-feira, mas “em um clima absolutamente respeitoso” e “não” como um obstáculo.
“Tudo o que se discutiu foi o copo cheio, ou seja, aquilo que nos une”, destacou.
Fundado em 1991, o Mercosul é o principal receptor de investimentos estrangeiros na América do Sul e tem um PIB de 2,86 trilhões de dólares.
No último semestre de 2023, a China foi o principal destino das exportações e das importações do Mercosul, segundo o mais recente relatório estatístico da secretaria do bloco.
O Mecanismo de Diálogo entre o Mercosul e a China teve sua primeira reunião em 1997, e outras ocorreram em 1998, 2000, 2003, 2004 e 2018.
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