O iate, batizado de Bayesian e no qual estavam o bilionário britânico Mike Lynch, sua família e amigos convidados, afundou após ser atingido por um tornado formado no mar por conta de uma forte tempestade quando estava ancorado no porto siciliano de Porticello.
Lynch, sua filha e outras cinco pessoas morreram no naufrágio. Entre os dez tripulantes, nove se salvaram, e o cozinheiro da embarcação morreu.
Durante depoimento em Palerto, o tripulante Matthew Griffiths, que estava de plantão na noite da tragédia, disse aos investigadores que a equipe a bordo fez tudo o que pode para salvar as pessoas a bordo do Bayesian, de acordo com comentários relatados pela agência de notícias italiana Ansa.
Griffiths, o capitão do barco, James Cutfield, e o engenheiro de navios, Tim Parker Eaton, foram colocados sob investigação pelas autoridades italianas por suspeita de homicídio culposo e naufrágio. Ser investigado não implica culpa e não significa que acusações formais serão feitas.
No depoimento, o tripulante disse ainda ter acordado o capitão ao notar que os ventos estavam fortes demais. “Acordei o capitão quando o vento estava a 20 nós (23 mph/37 km/h). Ele deu ordens para acordar todos os outros”, disse Griffiths, citado pela Ansa.
“O navio inclinou e fomos jogados na água. Então conseguimos nos levantar e tentamos resgatar aqueles que podíamos”, acrescentou. “Estávamos andando nas paredes (do barco). Salvamos quem pudemos, Cutfield também salvou a menina e sua mãe”, disse ele, referindo-se à passageira Charlotte Golunski e sua filha de um ano.
Ao todo, 15 pessoas sobreviveram.
Capitao ficou em silêncio
Vídeo mostra momento em que iate de luxo desaparece na Itália
O capitão Cutfield prestou depoimento no início desta semana e exerceu seu direito de permanecer em silêncio quando questionado pelos promotores, segundo seus advogados. A defesa do capitão alegou que ele estava “exausto” e que precisava de mais tempo para falar.
Apesar de o barco ter sido pego de surpresa por uma tempestade com força fora do normal para a região, o naufrágio intrigou especialistas navais, que disseram que um iate como o Bayesian, construído pelo fabricante italiano de iates de luxo Perini, deveria ter resistido à tempestade e não afundar tão rapidamente.
Promotores da cidade de Termini Imerese, perto de Palermo, disseram que a investigação levará tempo, já que os destroços ainda não foram recuperados do mar.