Segundo informações preliminares, o grupo teria forjado a troca de tiros para justificar a execução de um jovem no Jardim Aureny III. Os militares teriam ainda plantado uma arma perto da vítima, na tentativa de simular um confronto.
A Justiça do Tocantins afastou os cinco policiais militares e o guarda das ruas da capital. Foi determinado o recolhimento das armas deles, suspensão do porte de arma e o uso de tornozeleiras eletrônicas.
A Polícia Militar afirmou que colaborou com o cumprimento dos mandados e acompanhou o cumprimento da ordem judicial, com um oficial presente em todos os locais que foram alvos da operação. Por meio de nota, lamentou o pedido do delegado que preside o inquérito da busca e apreensão nas dependências do quartel, pois as armas e os depoimentos dos policiais foram colhidos no ato da apresentação da ocorrência na delegacia. (Veja íntegra ao final da reportagem)
A prefeitura de Palmas informou em nota que está colaborando com a Polícia Civil no caso do suposto envolvimento de um agente da Guarda Metropolitana, mas que não teve acesso à íntegra dos autos. “Sendo confirmada a participação do agente, a pasta tomará todas as medidas cabíveis para apurar possíveis desvios de conduta e aplicar as sanções dentro do que determina a legislação”, afirma.
Há ainda a suspeita de que dois dos militares, que entraram na PM em 2022, teriam participado do crime como uma espécie de “ritual de batismo” após se formarem em um curso da Rotam. Conforme as investigações, os novatos são submetidos intencionalmente a situações de confronto armado com criminosos.
Caso investigado aconteceu em junho de 2024, no Aureny III, região sul de Palmas — Foto: Kaliton Mota/TV Anhanguera
Conforme as investigações, em novembro de 2023, Jaimeson teria se envolvido em uma briga com militares e na ocasião chegou a ser baleado. Ele chegou a ser preso e pouco tempo depois começou a ser monitorado por um PM da inteligência do Batalhão de Choque e pelo guarda municipal, que acessava o sistema de câmeras da prefeitura para repassar informações aos policiais sobre a rotina da vitima.
Homem troca tiros com a polícia e acaba morto na região sul de Palmas
Para a Justiça, os laudos periciais, declarações colhidas pela autoridade policial e imagens das câmeras de segurança do local do crime, confirmam a existência de prova da materialidade do homicídio investigado.
Três dos investigados confirmaram ter atirado contra a vítima, alegando que o fizeram porque Jaimeson, ao ser abordado, sacou uma arma, indicando um possível confronto.
Ao localizarem a motocicleta dele, os policiais tentaram abordá-lo, mas ele teria ignorado as ordens de rendição e, em seguida, atirado contra um dos agentes. Em resposta, os policiais dispararam contra Jaimeson. Os policiais disseram que, mesmo ferido, a vítima teria continuado a tentar acionar sua arma, o que motivou um dos policiais a desarmá-lo.
A Polícia Militar do Tocantins tomou conhecimento de que na manhã desta terça-feira,15, a Polícia Civil esteve no Quartel do Batalhão de Polícia de Choque (BPCHOQUE) para cumprimento de mandados de busca e apreensão em armários de cinco policiais que estão sendo investigados pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoas (DHPP), por terem, segundo investigações consignadas em Inquérito Policial, praticado homicídio contra um indivíduo, na Região Sul da capital Palmas, em junho deste ano de 2024, durante um cumprimento de mandado de prisão por crimes de tráfico de drogas, roubo, porte ilegal de armas e associação ao tráfico.
A PMTO colaborou com os trabalhos do cumprimento de mandados de busca e apreensão, por meio da Corregedoria, e acompanhou o cumprimento da ordem judicial, com um oficial presente em todos os locais que foram alvos da operação.
A Polícia Militar lamenta o pedido do Delegado que preside o Inquérito da busca e apreensão nas dependências do Quartel, haja vista que as armas e os depoimentos dos policiais foram colhidos no ato da apresentação da ocorrência na Delegacia de Polícia (Depol).
Na oportunidade, a Polícia Militar do Tocantins ratifica seu compromisso com a legalidade e reforça o seu compromisso com a lei, a ordem e a ética, destacando ainda que repudia ilações ou suposições que envolvem o caso veiculadas sem a devida comprovação e que irá colaborar no que for necessário durante as investigações.
POLÍCIA MILITAR DO TOCANTINS