As buscas foram cumpridas em Palmas, Paraíso, Aparecida do Rio Negro e Goiânia (GO), com o apoio da Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR). Entre os locais que foram alvos de busca estão as sedes das Secretaria de Estado da Cultura, Secretaria de Estado do Turismo e Secretarias de Esporte e Juventude.
O suposto esquema funcionava através da realização de eventos de interesse público. Foram percebidas diversas inconsistências, apontando indícios de que as ações estavam sendo utilizadas para desvio de recursos públicos. Estão entre os alvos empresas de eventos e institutos.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, a investigação constatou diversos vínculos financeiros entre os investigados, evidenciando um esquema criminoso de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, por meio de entidades sem fins lucrativos.
A Secretaria Estadual da Comunicação informou, em nota, que a investigação se refere ao período de 2015 a 2019, portanto em gestões anteriores. Afirmou ainda que as secretarias da Cultura, do Turismo e dos Esportes e Juventude estão colaborando com as investigações e vão cumprir imediatamente as determinações judiciais de suspensão de contratos e pagamentos que eventualmente estejam em vigor com as empresas envolvidas (veja nota completa abaixo).
Os ex-governadores Mauro Carlesse e Marcelo Miranda, que foram governadores durante este período, também se manifestaram. Veja as repostas:
A defesa do ex-governador Mauro Carlesse afirmou que ele “está absolutamente tranquilo e espera que essa investigação seja ampla e que possa levar as informações para a população sobre os gastos com eventos, shows e estruturas e tornar público, quem ou quais pessoas, no período investigado de 2011 a 2024, se aproveitou dos recursos do erário para obter vantagens pessoais”, finaliza.
O ex-governador Marcelo Miranda afirmou que durante sua gestão sempre prezou pela transparência e pela clareza em todas as ações e decisões do governo. “Reafirmo que estou absolutamente tranquilo em relação a qualquer apuração e me coloco à disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários. Confio no trabalho das autoridades e espero que os fatos sejam apurados de maneira justa e correta”, afirmou.
Secretarias do governo do Tocantins são alvos de operação da Polícia Civil. — Foto: TV Anhanguera/ Ana Paula Rehbein
Decisão diz que existem contratos em andamento
Segundo a decisão que autorizou as buscas, o governo estadual continuou firmando colaboração para realização de eventos com pelo menos uma empresa suspeita entre 2022 e 2024. Os valores dos contratos somados chegam a R$ 11.442.500,00. O juiz determinou a suspensão do repasse de pagamentos dos contratos vigentes.
Conforme apuração, uma das empresas investigadas firmou diversos termos de colaboração com o governo estadual entre os anos de 2015 a 2018. Nesse período a empresa recebeu mais de R$ 12 milhões. Desse valor R$ 9.866.000,00 seriam de repasses do governo.
Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Criminal de Palmas e são assinados pelo juiz Márcio Soares da Cunha.
Íntegra da nota do Governo do Tocantins
Sobre a operação policial realizada nesta quinta-feira, 17, cabe esclarecer conforme a decisão judicial, se refere a contratos no período de 2015 a 2019, portanto em gestões anteriores.
As secretarias da Cultura, do Turismo e dos Esportes e Juventude estão colaborando com as investigações vão cumprir imediatamente as determinações judiciais de suspensão de contratos e pagamentos que eventualmente estejam em vigor com as empresas envolvidas.
Salientamos que nenhum servidor público ou secretário da atual gestão é alvo da investigação.