Mark Cuban subiu ao palco durante um comício de Kamala Harris em Wisconsin na quinta-feira (17). Em seu discurso, ele criticou Trump por sua proposta de aplicar novas tarifas sobre a maioria dos produtos chineses, argumentando que serão os americanos que pagarão a conta, não os chineses. (Leia mais abaixo)
Dono dos Mavericks, do jogo All Star da liga de basquete americana e estrela do programa “Shark Tank”, Cuban traz à campanha de Kamala um apelo de cultura pop com conhecimento tecnológico e credibilidade nos negócios, algo especialmente atraente para os homens mais jovens, que se tornaram um público-chave na corrida presidencial à medida que Trump foi ganhando terreno entre os eleitores homens, em geral. O empresário deve realizar um evento para a vice-presidente dos EUA neste sábado (19), em Phoenix.
Ao contrário de Cuban, que é apenas um apoiador de Kamala e não um doador da campanha democrata, Elon Musk vai além: ele já doou cerca de US$ 75 milhões (cerca de R$ 427 milhões) à campanha de Trump.
Nesta quinta, Musk realizou seu primeiro evento solo em apoio a Trump, na Pensilvânia, algo considerado um marco –e indícios de que está “apostando tudo” nesta eleição, segundo o jornal americano “The New York Times”. O bilionário tem promovido Trump frequentemente no X e, de forma privada, “está obcecado, quase maníaco, com as implicações do pleito e a necessidade de Trump vencer”, segundo o jornal.
Elon Musk pula no palco de comício de Donald Trump em Butler, na Pensilvânia, em 5 de outubro de 2024. — Foto: AP Photo/Evan Vucci
Cuban critica proposta econômica de Trump
Segundo Mark Cuban, o plano de Trump de impor novas tarifas de até 60% sobre produtos chineses na tentativa de impulsionar a manufatura americana é uma “ideia louca” que vai punir os consumidores, que acabarão pagando a conta.
“Esse homem tem tão pouco entendimento sobre tarifas, ele acha que a China paga por isso. Esse é o mesmo cara que também achava que o México pagaria pelo muro”, disse Cuban.
“O México pagou pelo muro?,” perguntou Cuban para a plateia, que respondeu “não.”
Os candidatos à presidência dos EUA Kamala Harris e Donald Trump. — Foto: Nathan Howard, Jeenah Moon/ Reuters
Trump tem afirmado que suas políticas comerciais – que preveem tarifas elevadas sobre produtos não apenas de rivais como a China, mas também de aliados como a União Europeia – revitalizariam a manufatura americana e gerariam receita suficiente para aliviar as preocupações sobre o déficit crescente.
“Para mim, a palavra mais bonita do mundo é ‘tarifa,'” disse Trump na terça-feira, em uma entrevista por vezes tensa no Economic Club de Chicago.
Cuban reconheceu que Trump tinha uma política comercial e de tarifas coerente quando era um forasteiro político nos anos 1990 e início dos anos 2000, mas disse que suas ideias atuais são apenas “baboseira.”
“Donald Trump é o Grinch que quer roubar o seu Natal”, disse ele. “O Grinch não entende como as tarifas funcionam… O Grinch é quem vai colocar essas pequenas empresas fora dos negócios.”