O líder Botafogo tropeçou em casa depois de massacrar o penúltimo colocado, Cuiabá, ao finalizar quase 30 vezes sem marcar nem um gol sequer, e o Palmeiras está outra vez piscando luz no retrovisor carioca, a quatro pontos apenas, além de ter a vantagem de recebê-lo na antepenúltima rodada.
O quadro pode ser resumido assim: há um líder compreensivelmente traumatizado e um vice-líder acostumado a atropelar na reta final.
Como o Corinthians atropela na linha de chegada.
A ponto de conquistar contra o Vitória seu quarto triunfo seguido, quinto jogo invicto, e já poder olhar com certo desdém para a zona do rebaixamento e mirar ambicioso para a Copa Sul-Americana, a única taça que não tem, por mais que haja fiel pensando até na Libertadores.
Tudo, de fato, sorri para o Parque São Jorge, tirante, é claro, o caos administrativo e a dívida colossal.
Depois de ganhar do arquirrival Palmeiras, o vê derrotar o Grêmio, para ultrapassar o tricolor gaúcho. Outro tricolor, o Fluminense, que o ameaçava, cai perante o Inter, e pela terceira rodada seguida os resultados são todos generosos com as pretensões alvinegras.
Melhor só mesmo as projeções alviverdes, há anos longe de ter de fazer contas seja para não cair, seja para disputar todas as taças, porque, no mínimo, participa de todas elas. Por mais que ande necessitado de botar o pé na forma e recuperar a cabeça fria na hora de fazer gols.
Seca de gols
O Palmeiras derrotou o Grêmio só por 1 a 0, quando poderia ter vencido por 6 a 0.
O gol foi de Estêvão, agora artilheiro do Brasileiro, com 12 gols, um a mais que Pedro, o flamenguista que está fora desde 1º de setembro, na 25ª rodada. Foram necessárias, portanto, oito rodadas para superar o goleador, o que demonstra como anda difícil fazer gols no futebol brasileiro.
Vini esquecido
Revelados os votos dos 99 jornalistas que elegeram Rodri como Bola de Ouro, três deles nem sequer citaram Vinicius Junior entre os dez melhores, algo tão absurdo que um deles, o finlandês Juha Kanernva, envergonhado pelo esquecimento, prometeu renunciar ao posto de julgador.
Já o jurado da Namíbia, o negro Sheefeni Nikodemus, teria negado citação ao brasileiro por desgostar de seu comportamento em campo, que seria desrespeitoso com os adversários, certamente não pela luta antirracista do atacante madridista.
O terceiro a não mencionar Vini é o branco salvadorenho Bruno Porzio, que alegou não considerar o atacante um jogador completo e votou no negro inglês Jude Bellingham como melhor do mundo. Disse mais, que considera Vini “unineuronal”, o que, cá entre nós, demonstra que o cidadão é um “çábio”.
Rodri acabou eleito com apenas 41 pontos a mais que Vini —e fica cada vez mais difícil alegar motivos outros que não os das preferências técnicas de cada eleitor.
Rodri ausente
Fora da temporada, o espanhol Rodri faz tanta falta ao Manchester City que o tetracampeão inglês perdeu a quarta seguida, algo que não acontecia desde 2006 e que jamais se viu com ele em campo.
Ao contrário, o City, com ele, ficou 74 jogos invicto, maior marca individual de um jogador na história do futebol.
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