Os assassinatos em Guarulhos do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, jurado de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), e do motorista de aplicativo Celso Araujo Sampaio de Novais, que trabalhava na área do aeroporto, afetam a imagem do país.
O silêncio do governo federal, entretanto, é estratégico. Petistas tentam colocar no colo do governador de São Paulo, Tarcísio de Freiras (Republicanos) ineficiente na segurança pública. Uma agenda cara para a direita.
Um estudo da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do MJ, mostrou que o país tem hoje 88 facões criminosas, variadas do PCC e CV. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, tenta construir um acordo com governadores em torno de uma proposta ainda não formalizada de combate à segurança pública.
O governo Lula chega à metade do seu governo sem um projeto para essa área. Com a saída de Flávio Dino para o Supremo, o MJ se apagou com sua agenda concentrada em temas burocráticos e internos. Neste domingo, a página do ministério destacava três temas: política migratória, defesa do consumidor e violência contra a mulher.
Agora que não é mais ministro do Supremo, quando não será mais cobrado por aparecer demais, Lewandowisk segue enclausurado. O secretário nacional de Segurança Pública, Mario Luiz Sarrubbo, uma autoridade no tema, nunca acompanhou o ministro em agendas com o presidente Lula, segundo registros oficiais.
Aliás, a agenda de Lula revela a prioridade do governo com o estado cada vez mais dominado pelas facções. Em quase dois anos de mandato, nenhuma reunião individual com o ministro sobre o tema, considerando as agendas públicas. Desde fevereiro deste ano, quando assumiu a vaga, Lewandovski teve 12 reuniões com o presidente.