Os cursos de medicina ainda são frequentados majoritariamente por estudantes brancos, mesmo depois da adoção de políticas afirmativas no Brasil. Do total de 266 mil alunos em 407 escolas, 3,5% se declaram pretos. Outros 25,8% dizem que são pardos, e 68,6% afirmam que são brancos. Outros 1,8% se declaram de cor amarela, e 0,4% são indígenas.
ESPELHO
Nos 284 cursos de medicina privados, o percentual cai. Apenas 2,2% dos estudantes se declaram pretos. Outros 22,3% são pardos e 73,6%, brancos. Já 1,7% se declaram de cor amarela e 0,2%, indígenas.
ESPELHO 2
Nos 123 cursos de medicina públicos, o percentual é mais de três vezes maior: 7,4% se declaram pretos, 37% dizem que são pardos e 52,2% afirmam que são brancos. Outros 2,2% são amarelos e 1,1%, indígenas.
ESPELHO 3
Os percentuais não refletem a diversidade da população brasileira, em que 10,2% se declaram pretos, 45,3%, pardos, 43,5% dizem que são brancos, 0,6%, indígenas e 0,4%, amarelos.
ESPELHO 4
A maior presença de negros, amarelos e indígenas nas faculdades públicas se explica pelo fato de a lei de cotas, aprovada em 2012, ter vinculado instituições federais à reserva de vagas, com as estaduais adotando a mesma política na sequência.
RITMO
“No sistema privado, isso tem se dado de forma mais lenta, o que se reflete nos números de inclusão de pretos e pardos”, afirma o professor Mario Scheffer, da Faculdade de Medicina da USP, que coordenou o levantamento.
RITMO 2
Ele diz que a acelerada abertura de escolas médicas privadas em anos recentes deve colocar um freio ainda maior na inclusão de pretos e pardos, “já que ela ocorre mais lentamente na medicina se comparada ao ensino superior como um todo.”
NA SEQUÊNCIA
Na residência médica, 70,1% se declaram brancos, 3% pretos e 24,5% pardos. Outros 1,7% afirmam ser da cor amarela, 0,1% são indígenas e 0,6% não sabem ou não quiseram responder.
COMO SEMPRE
A conclusão é que pretos e pardos continuam subrepresentados na medicina, tanto na graduação quanto na residência médica.
CHAVE
O professor diz ser a favor da ampliação de políticas afirmativas e reservas de vagas, tanto na graduação quanto na residência médica. “A diversidade social e racial na medicina, além de fazer justiça social, terá impacto positivo no sistema de saúde ao aproximar perfis profissionais da real composição da população e das comunidades”, afirma ele.
CENSO
Os dados foram extraídos do último Censo da Educação Superior, realizado pelo Inep/MEC em 2023.
TELA
O diretor do Festival Mix Brasil, André Fischer, recebeu convidados no coquetel de abertura da 32º edição da mostra, na semana passada, no CineSesc, em São Paulo. O evento homenageia neste ano o cineasta Bruce LaBruce. O carnavalesco da escola de samba Estrela do Terceiro Milênio, Murilo Lobo, a drag queen Salete Campari, o humorista Bruno Motta e o cantor e performer Edy Star marcaram presença no evento.
com JOELMIR TAVARES, KARINA MATIAS, LAURA INTRIERI e MANOELLA SMITH
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.