O veículo ficou sobre a ponte por um mês. O colapso do vão central aconteceu pouco antes das 15h do dia 22 de dezembro de 2024 e deixou 14 mortos, três pessoas desaparecidas e uma ferida.
Após um mês parado, foi possível fazer a remoção do carro e de caminhões que após equipes montarem um aterro no encabeçamento da ponte e usarem Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) para viabilizar a passagem veículos.
O dono do carro registrou um boletim de ocorrência na manhã de quarta-feira (22), na 21ª Delegacia de Polícia de Aguiarnópolis. O proprietário relatou que estava fazendo a travessia de Aguiarnópolis para Estreito (MA) quando aconteceu o desabamento. Com o impacto, o carro prata ficou preso na fenda e os três ocupantes precisaram sair correndo. Pela pressa de encontrar um local seguro, o carro acabou ficando com as janelas abertas e os pertences no interior.
Carro preso em fenda teve o interior furtado — Foto: Reprodução
A família entrou na Justiça Federal para reaver o veículo diante da demora da Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em solucionar o problema e conseguiu uma decisão para a remoção. Logo após isso, o DNIT deu início à operação de retirada dos carros e carretas, na terça-feira (21).
No boletim, o dono informou que foi até a ponte para saber se o veículo prata tinha sido retirado. Como ainda estava no local, ele pediu para que um funcionário fosse até o carro pegar a carteira com documentos, mas o objeto não foi encontrado. O funcionário fez fotos do interior do veículo e mostrou que havia sido furtado.
Segundo o proprietário, a carteira furtada tinha cartões de banco, documentos e R$ 400 em espécie. Ele não soube informar quais peças haviam sido levadas porque o carro ainda estava na ponte no momento do registro do boletim de ocorrência.
No dia do acidente, estavam dentro do carro Laís Lucena, o esposo e a cunhada. Ela contou que viu os veículos desabarem junto com a estrutura. O esposo não conseguiu dar ré porque o carro enganchou em uma das rachaduras.
O g1 solicitou ao DNIT um posicionamento sobre a denúncia do proprietário do veículo, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.
Vídeo mostra caminhões sendo retirados de parte remanescente da ponte na BR-226
Parte da ponte JK que não desabou começa a ser perfurada para receber explosivos — Foto: TV Mirante/Reprodução
A causa do colapso ainda está sendo investigada, de acordo com o DNIT. A Polícia Federal também abriu uma investigação para apurar a responsabilidade da queda da estrutura.
Passado um mês do acidente, equipes da Marinha do Brasil e dos bombeiros seguem as buscas para tentar encontrar Salmon Alves Santos, de 65 anos e Felipe Giuvannuci Ribeiro, 10 anos, avô e neto, e Gessimar Ferreira da Costa, de 38 anos. Mas os mergulhos no Rio Tocantins estão suspensos devido à abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Estreito, segundo os bombeiros.
No dia 10 de janeiro, foi publicado no Diário Oficial da União a contratação da empresa PIPES Empreendimentos LTDA, no valor de R$ 6.405.001,97. Mas nesta quinta-feira o DNIT informou que a dispensa de licitação para a contratação vai ser revogada. Segundo a autarquia, houve descumprimento das obrigações contratuais por parte empresa.
Bombeiros já estão fazendo buscas na região da ponte entre o Tocantins e o Maranhão — Foto: Divulgação/Bombeiros