O funcionário de um lava-jato suspeito de disparar o tiro que matou um adolescente de 15 anos e a dona da arma foram liberados da prisão na tarde desta sexta-feria (7). Maria Sônia Ferreira Pinto e Flávio Henrique de Souza Oliveira passaram por audiência custódia e irão responder pela morte de Luís Filipe Ferreira da Silva, de 15 anos, em liberdade.
O caso aconteceu em um lava-jato na região sul de Palmas, quando o Flávio encontrou a pistola de Maria dentro do carro e atirou na direção do adolescente. O jovem não resistiu ao ferimento e morreu.
Segundo a polícia, a dona da arma deve responder por porte ilegal de arma de fogo e omissão de cautela de arma de fogo. A defesa dela informou à TV Anhanguera que ela passou por audiência de custódia, foi liberada nesta sexta-feira (7) e que “os esclarecimentos [sobre o caso] vão continuar sendo feitos somente no processo”.
Já o funcionário pode responder por homicídio doloso. A Defensoria Pública faz a defesa de Flávio e informou que ele foi solto nesta sexta. O órgão disse que não comenta decisões da Justiça envolvendo seus assistidos e que “como o jovem não apresentou defesa particular, a Defensoria foi automaticamente inserida ao processo pelo sistema de Justiça”.
Luís Filipe trabalhava em um lava-jato junto com Flávio Henrique, de 18 anos. Um funcionário disse que momentos antes do crime acontecer, Flávio estava lavando um carro e o adolescente aspirava outro veículo.
Luís Filipe Ferreira da Silva morreu após ser baleado enquanto trabalhava em lava-jato — Foto: Reprodução
Segundo o registro, o suspeito disse aos policiais que pensou que a arma fosse de brinquedo e ao puxá-la do chão apontou para cima e quando foi abaixar ouviu um disparo acidental. Em seguida, ele percebeu que havia atingido Luís e jogou a arma no chão.
O delegado Leandro Risi informou que os dois foram presos em flagrante. A dona da arma foi detida porque tem permissão apenas para transportá-la até o clube de tiro.
“Primeiramente foi preso quem disparou a arma por homicídio doloso, não é homicídio culposo, até porque ele assumiu o risco dessa arma ser uma arma de verdade. Com relação a pessoa que é dona da arma, o fato dela ser CAC não permitia que ela portasse a arma à vontade. Ela só poderia transportar essa arma para o clube de tiro. Obviamente ela não estava indo para o clube de tiros, porque deixou o carro para lavar”, explicou.
Luís juntava dinheiro para realizar o sonho de comprar uma moto. A mãe de Luís Filipe Ferreira da Silva contou que o filho teve outros empregos em lava-jatos e gostava muito de trabalhar. “Eu brigava com ele, mas ele não queria saber, queria mesmo era trabalhar. Sempre gostou de trabalhar”, relembra Soraia Maria Ferreira de Oliveira.
De acordo com Soraia, Luís Filipe e Flávio eram amigos e estavam sempre juntos. “Inclusive na noite anterior estavam arrumando a bike juntos”, contou, acrescentando que o filho dedicava todo dinheiro recebido para cuidar da bicicleta. “Ele era muito carinhoso, menino do coração enorme”, disse.
O adolescente foi sepultado na tarde desta sexta-feira (7).