
“Ele passa a maior parte do dia entocado, só sai durante a noite. O que faz ele sair durante o dia é ser incomodado”, explicou o biólogo José Fernando de Sousa Lima, que estuda mamíferos terrestres do Tocantins.
O encontro com o tatu deixou Andressa apreensiva e causou admiração nas redes sociais, após o vídeo viralizar. Segundo o especialista, a espécie não ataca humanos, mas não é recomendado buscar aproximação.
“Como todo animal, se ele se sente ameaçado, tenta se defender. E no caso do tatu-canastra eles têm uma unha privilegiada. A tendência é ficar na pata traseira, levantar e tentar se defender com a pata dianteira”, contou.
Espécie tatu-canastra está ameaçada de extinção, segundo o ICMbio — Foto: Arquivo Pessoal
De acordo com o biólogo, um tatu-canastra adulto pesa entre 20 e 20 quilos, mas foram encontrados animais em cativeiro com até 50 kg. A grande quantidade de carne atrai caçadores que se alimentam de animais silvestres. Entretanto, além de ser crime ambiental, o consumo traz riscos para a saúde.
“Ele tem seus parasitas normais que encontram de outros animais, pulgas, carrapatos, entre outros, e pode ter casos de toxoplasmose nele e em outras espécies. Já tem comprovação na literatura, por exemplo, de casos de tatu-galinha ter o transmissor da lepra”, destaca.
O animal está ameaçado de extinção e foi classificado na categoria VU (vulnerável) pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Conforme o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), caçar tatu é proibido no Brasil. A caça de animais silvestres é proibida e está prevista no artigo 29 da lei 9.605/98. A pena prevista é de detenção de seis meses a um ano e multa de R$ 500 ou R$ 5.000 se a espécie estiver ameaçada.
O vídeo do animal foi registrado pela empresária Andressa Ágena a cerca de 30 quilômetros da zona urbana do município, em uma estrada rural. Após postar o vídeo nas redes sociais pessoas comentaram que é comum a aparição da espécie pela região, mas para Andressa este foi o primeiro encontro com a espécie.
“Na hora fiquei meio apreensiva e não tive vontade de ir até ele. Fiquei com um pouco de medo também, porque ele era muito grande. E tive medo da reação dele, tanto que a gente ficou de longe, depois ele entrou na mata e foi embora”, contou a empresária.