
Para sair da cadeia, o jornalista também deverá apresentar o passaporte à polícia e está proibido de deixar o Brasil. Além disso, não poderá manter contato com os investigados na operação Sisamnes. O alvará de soltura será expedido após o pagamento da fiança.
O advogado de Goianyr, Zenil Drummond, afirmou que vai cuidar primeiramente do alvará de soltura e “na instrução processual vai buscar provar a inocência do Goyanir”.
No dia da prisão, o advogado afirmou que o cliente jogou o dinheiro pela varanda ao pensar que estava sendo assaltado. Também disse que a lei brasileira não prevê um limite do valor que a pessoa pode guardar consigo em casa e que a normativa da Receita Federal prevê que quantias a partir de R$ 30 mil devem ser declaradas, mas só no exercício do ano posterior
Sobrinho do governador segue preso
Além das duas prisões, o procurador de Justiça Ricardo Vicente da Silva, do Ministério Público do Tocantins (MPTO), foi alvo de buscas durante a operação.
A defesa do procurador Ricardo Vicente da Silva informou que não vai se manifestar porque não teve acesso ao inquérito. Já Thiago disse à TV Anhanguera, quando estava saindo da sede da PF, que só irá se manifestar nos autos.
Operação apura vazamento de inquéritos e decisões do STJ; sobrinho do governador foi preso
Thiago trabalhava como assessor jurídico no gabinete do procurador e foi exonerado após a operação. O Ministério Público Estadual afirmou que todas as medidas necessárias para atender à determinação do Supremo Tribunal Federal foram adotadas (veja nota completa abaixo).
O STJ informou que não vai comentar sobre a operação.
Nova fase da Operação Sisamnes
A decisão que autorizou a ação da PF é assinada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal. Conforme o documento, as investigações tiveram início a partir da análise do celular do desembargador Helvécio de Brito, apreendido durante a operação Máximus, que o afastou do cargo em agosto de 2024.
Essa é uma nova etapa da Operação Sisamnes, que investiga crimes de obstrução de justiça, violação do sigilo funcional, corrupção ativa e passiva, com suposta participação de advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados no suposto esquema.
Também foram expedidas medidas de afastamento das funções públicas, proibição de contato e saída do país, e recolhimento de passaportes.
‘Passei pro tio Wanderlei’
Advogado Thiago Barbosa (esquerda) e Wanderlei Barbosa — Foto: Arte g1
Goianyr e Thiago são, respectivamente, cunhado e sobrinho do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), que não é alvo nessa operação.
“Esse Inquérito, esse […] que eu havia dito pra o senhor, ele [sic] tava em segredo de justiça no STJ com [ministro] e eu consegui o acesso a ele total, inclusive passei, botei no pendrive, passei pra tio Wanderley, falei pra ele: o que é que [sic] tava acontecendo, tinha umas fotos lá no infograma […]”.
Íntegra da nota do Ministério Público Estadual do Tocantins
O Ministério Público do Tocantins (MPTO) informa que todas as medidas necessárias para atender à determinação do Supremo Tribunal Federal foram adotadas. A instituição reforça seu compromisso com a legalidade e a transparência e seguirá acompanhando o desenrolar dos fatos, colaborando com as autoridades competentes.
Além disso, o MPTO esclarece que o servidor citado nas investigações que resultaram na operação da Polícia Federal foi exonerado do cargo nesta data.
Íntegra da nota da defesa do governador Wanderlei Barbosa
A defesa do Governador Wanderlei Barbosa esclarece que desde o dia 15 de abril de 2024 ele foi formalmente habilitado no inquérito [da Polícia Federal] da FAMES-19 junto com seus advogados, tendo, desde então, acesso regular ao processo por meio dos trâmites legais.
Dessa forma, não houve qualquer recebimento de informação privilegiada um vez que a conversa mencionada na investigação da Operação Sisamnes, encontrada no WhatsApp dos suspeitos, data de 28 de junho de 2024, quase três meses desde que a defesa do governador já possuía acesso integral ao processo.
Reforçamos que o Governador Wanderlei Barbosa não é alvo da investigação e nem foi citado no processo. Eventuais desdobramentos são de exclusiva responsabilidade dos investigados, não cabendo qualquer tentativa de vinculação ao governador por atos individuais de terceiros.
Destacamos ainda que Thiago Barbosa e Goianyr Barbosa, citados na investigação, não possuem qualquer vínculo com o Governo do Tocantins. Thiago era assessor do Ministério Público Estadual (MPE), e seu pai, Goianyr Barbosa, não ocupa cargo na administração estadual.
A defesa reitera sua confiança nas instituições e no devido processo legal, assegurando o direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa.