
Segunda a SES, foram doados rins e fígado da vítima, que serão destinados a três pessoas na lista de espera do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Familiares e amigos de Delvânia prestaram as últimas homenagens à vítima. Um vídeo mostra várias pessoas emocionais realizando um corredor com balões verde e amrelo, enquanto o corpo de Delvânia era levado para o centro cirúrgico onde foi realizada a captação dos órgãos (Veja o vídeo acima).
A captação de órgãos contou com apoio de uma equipe de Brasília, que trabalhou de forma conjunta com o HGP, a Central Estadual de Transplantes do Tocantins (CETTO), a Comissão Intra-Hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) e a Organização de Procura de Órgãos (OPO).
Por causa dos procedimentos no hospital, a família ainda não informou data ou local para velório e sepultamento de Delvânia.
Delvânia Campelo da Silva estava internada em estado grave no Hospital Geral de Palmas — Foto: Reprodução/ Redes sociais
Conforme as investigações da Polícia Civil, Delvânia Campelo sofreu diversos golpes com arma branca, principalmente na cabeça. Ela chegou a pedir socorro em um grupo de aplicativo de mensagens, mas os áudios teriam sido apagados pelo suspeito.
A defesa dele informou que a família manifesta ‘profundo pesar pelo falecimento’ de Delvânia e afirma que aguarda a conclusão das investigações para que todos os fatos sejam ‘devidamente aclarados’ (veja a íntegra da nota no fim da reportagem).
Delvânia e Gilman namoravam desde o segundo semestre de 2024 — Foto: Reprodução/ Redes sociais
No dia do crime, eles teriam discutido, momento em que as agressões começaram. Ela recebeu diversos golpes na cabeça. Depois, Gilman fugiu da chácara e não voltou a Caseara. Familiares de Palmas teriam o abrigado após a fuga, segundo a polícia.
Primeiro depoimento do suspeito
Em depoimento à Polícia Civil, Gilman contou como foi briga com Delvânia
Um vídeo ao qual a TV Anhanguera teve acesso, mostra o depoimento prestado na primeira vez que Gilman se apresentou à Polícia Civil, no dia 25 de março, três dias depois do crime. Durante o interrogatório, Gilman conta sua versão e afirma que ela teria começado a briga no dia das agressões.
“Ela veio para cima. Acredito que ela tenha bebido alguma coisa porque ela estava fora do normal. Quando ela pegou e começou a me atacar dessa forma, eu consegui pegar esse cabo desse vassourão e fui para cima para acalmar ela”, disse o suspeito à polícia.
Ele foi ouvido pelo delegado por cerca de 30 minutos e liberado em seguida, pois, nesse dia, não havia um mandado contra ele nem situação de flagrante.
No depoimento, Gilman também afirmou que houve uma discussão entre os dois e ele disse que sairia da casa, mas não encontrou a chave do carro porque a vítima teria escondido.
“Foi ficando uma situação fora do controle. Eu peguei e falei: ‘desse jeito que tá eu não vou ficar aqui, vou ter que sair daqui, vou lá no quarto pegar a chave do carro para eu sair e deixar ela lá’, eu não sabia o que ia acontecer mais”, disse ao delegado, ressaltando que chegou a pedir que Delvânia entregasse a chave, mas ela disse que escondeu e que ele não sairia.
Ainda no relato, o indiciado diz que queria deixar o local após Delvânia postar em um grupo de Whatsapp que ele estava a agredindo, mas o próprio Gilman apagou o pedido de socorro e afirma que, neste momento, as agressões ainda não haviam acontecido. Em seguida, ela pegou uma vassoura e passou a agredi-lo, mas ele conseguiu tomar o objeto.
O delegado José Lucas Melo, responsável pela investigação, afirma que neste primeiro depoimento, ele teria tentado desqualificar a vítima informando que agiu em legítima defesa. Mas diante da força empregada nas agressões contra Delvânia, essa versão não teria consistência.
“Se ele alega que estava sendo agredido, é um comportamento que é contraditório ao de mandar mensagem no Whatsapp afirmando que a situação está tranquila, acalmando as pessoas que recebem essas imagens e retardando que alguém compareça no local”, reafirmou o delegado.
Depois do depoimento prestado na Delegacia de Paraíso do Tocantins, Gilman foi liberado por não estar mais em situação de flagrante. Mas a Polícia Civil pediu a prisão preventiva, que foi deferida pela Justiça e cumprida assim que ele se apresentou para prestar novo depoimento, no dia 3 de abril. Da delegacia ele foi para a Unidade Penal local.
Íntegra da defesa de Gilman
A família e a defesa tecnica de gilman rodrigues da silva manifestam profundo pesar pelo falecimento da sra. Delvânia Campelo da Silva.
A defesa aguardará a conclusão das investigações policiais, onde espera que todos os fatos relacionados, inclusive de dias anteriores ao dia 22 de março e detalhadamente a sequência de eventos daquela data, sejam colacionados ao inquérito.
A defesa afirma ainda que os fatos todos serão devidamente aclarados e ainda, todos, independentemente da acusacao, tem direito de defesa e que essa garantia deve ser preservada.