A captação foi feita no Hospital Geral de Palmas (HGP), na sexta-feira (17). A causa da internação não foi informada, mas o paciente estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e acabou não resistindo.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), os beneficiários que aguardavam na lista de doadores de órgão nacional vão receber fígado, rins e córneas. Essa foi a primeira captação múltipla de órgãos do ano.
Por meio da SES, o pai do adolescente, Marcelo Pereira, contou que resolveu fazer a doação como forma de manter o filho vivo. “Quantas pessoas estão numa fila de espera sem ter motivos para sorrir e nós possamos proporcionar a estas pessoas”.
O pai mesmo enlutado, incentiva que outras pessoas que estão passando pela mesma situação optem pela doação. “Nós incentivamos que todos que puderem, doem órgãos, mantenha seu ente querido vivo”.
A decisão de doar os órgãos de um ente que perdeu a vida é exclusiva da família. Segundo o enfermeiro Vinicius Gonçalves, da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), do Hospital Geral de Palmas (HGP), se a pessoa aceita a fazer a doação, são organizados protocolos feitos após a confirmação da morte encefálica.
Para ser doador, conforme a SES, não é preciso deixar documentos por escrito informando o interesse em vida. Isso porque a boa ação deverá ser autorizada pela família.
“Nós organizamos o processo conforme o protocolo de morte encefálica e, se confirmado, ofertamos o direito aos familiares de optarem pela doação de órgãos. Nosso agradecimento à família pelo gesto que salvará outras vidas”, disse o enfermeiro.
Como o prazo para que o transplante seja concluído é curto, podendo comprometer o órgão coletado, o transporte do HGP até o Aeroporto de Palmas foi feito pelo helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer).
“A gente consegue sair do hospital e deixar o órgão na parte interna do avião em menos de cinco minutos. Assim, conseguimos evitar o trânsito e possíveis acidentes com viaturas que necessitam transitar em alta velocidade. É uma atuação muito gratificante porque evitamos os riscos deste órgão não chegar preservado ao destino”, destacou o diretor do Ciopaer, tenente-coronel Gustavo Bolentini.
Helicóptero levou os órgãos para o aeroporto em 5 minutos — Foto: Luiz de Castro/Governo do Tocantins
“Nesse momento um sentimento de gratidão da equipe, às famílias que disseram ‘sim’ à doação. Muitas pessoas aguardam um telefonema para receberem a notícia que realizarão o transplante e terem sua saúde restaurada. A doação é um ato de solidariedade e amor ao próximo”, completou a coordenadora da Central Estadual de Transplante do Tocantins, Suziane Crateús.
O trabalho de captação de órgãos também é feito por profissionais da Central Estadual de Transplantes do Tocantins (CETTO), CIHDOTT, Organização de Procura de Órgãos (OPO) e do Banco de Olhos Público do Tocantins (BOTO), além do apoio da Secretaria de Segurança Pública (SSP).