A Enel apresentará um plano de investimentos para fortalecer suas redes elétricas no Brasil, disse nesta segunda-feira o CEO do grupo de energia italiano, Flavio Cattaneo.
Após reunião com analistas para apresentar a estratégia da Enel para 2025-2027, o executivo disse ainda que a companhia pretende obter a renovação de concessões no Brasil, onde opera distribuidoras em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.
No novo plano trienal, a elétrica estatal disse que investiria cerca de 43 bilhões de euros, 7 bilhões de euros a mais do que o previsto na estratégia de 2024-2026. Também anunciou um aumento do dividendo mínimo a ser pago para 0,46 euro por ação, de 0,43 euro anteriormente, e uma simplificação da política de retorno ao investidor.
Neste domingo (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discutiu com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, a situação da Enel. Segundo o Palácio do Planalto, os líderes trataram da necessidade de avanços na melhoria do serviço prestado pela empresa, em especial na capital paulista.
A Folha apurou que a comitiva de Meloni foi alertada para a necessidade de a empresa se equiparar aos padrões previstos no Brasil, e que há insatisfação em relação à resposta que a companhia vem dando aos consumidores nos momentos mais críticos.
A Enel foi privatizada em 1999, mas o governo italiano detém 23,6% das ações e tem influência na empresa.
Na reunião foi dito também que o atendimento da Enel hoje não se enquadra nos critérios previstos no decreto de renovação das concessões de distribuição —em outras palavras, que empresa não teria a concessão renovada se o contrato estivesse vencendo hoje.
De 2025 a 2031, 19 concessões de distribuição de energia vão vencer, e o governo formulou o regramento para essa leva de revisões. O contrato da Enel SP termina em 2028, e pode ser renovado por mais 30 anos se a empresa se mostrar apta.