Os nomes dos réus não foram divulgados, por isso o g1 não teve acesso à defesa dos envolvidos no caso.
Na época, a cidade começou a registrar um aumento no número de crimes, entre eles, a venda de drogas, assassinatos com sinais de tortura, pichações, aparecimento de corpos queimados, e até toques de recolher determinados por membros da facção. Conforme apurado no processo, a universidade estadual chegou a suspender aulas por causa disso.
Operação da Polícia Civil cumpriu mandados em Augustinópolis — Foto: SSP/Divulgação
Após investigações, ficou confirmado no julgamento que um dos réus era o líder da ‘Tropa do Magrão’. Ele controlava as ações criminosas do antigo presídio de Pedrinhas, no Maranhão. A sentença aponta que ele incluía e excluía novos membros, distribuía tarefas e ordens. Também autorizou a morte de pelo menos três pessoas que não teriam obedecido seus comandos.
O líder foi condenado a 26 anos, 5 meses e 15 dias de reclusão, em regime inicial fechado. Como já está na em uma unidade prisional, teve a prisão preventiva mantida.
A esposa do líder do grupo, que como gerente do dinheiro obtido com o tráfico, também foi condenada. Quando foi presa, a mulher tinha um caderno com o controle da facção. Pelo envolvimento, a pena é de 25 anos de prisão, em regime fechado.
Junto com o casal, conforme a sentença da Justiça, outros quatro réus forneciam a própria conta bancária para as transações financeiras.
Outro membro tinha a função de tratar da droga – embalar para a venda e repassar aos que faziam a distribuição. Também havia um integrante que era responsável pela coleta do dinheiro e outro que fazia a segurança e dava apoio à organização.
Quem fazia parte do primeiro escalão foi condenado a 26 anos, cinco meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado, além de 1.847 dias-multa.
Também havia um segundo escalão, com pessoas que ficavam à frente das ações nas ruas. Eles intermediavam as decisões com o primeiro escalão e o líder, além de comprar armas e fazer cobranças de drogas nos bairros da cidade.
Pelo menos 20 pessoas estavam com essas funções. Os integrantes desse grupo foram sentenciados a penas que vão de 18 a 26 anos de prisão.
No processo foram apresentadas provas como o levantamento de conversas em um dos grupos de WhatsApp que pertencia à organização, além de mensagens trocadas entre os membros. Depoimentos também ajudaram a embasar a sentença dada pelo juiz Alan Ide Ribeiro da Silva.
Com as 24 condenações, as penas passam de 530 anos, 30,2 mil dias-multas e cerca de R$ 1,2 milhão em multas, divididas entre os réus.
Conforme o Tribunal de Justiça, pelo menos 12 dos condenados são considerados reincidentes, ou seja, já estiveram presos e possuem condenações pelo mesmo crime, levando ao aumento da pena.
Quatro denunciados não foram encontrados para responder à ação penal e de acordo com o TJ, os processos serão julgados separadamente.
Todos os réus estão presos em unidades prisionais do Tocantins desde a deflagração da operação, conforme informou a Secretaria de Segurança Pública. Eles não tiveram o direito de recorrer da sentença em liberdade.