A empresa de turismo espacial Virgin Galactic fez no sábado (8) seu último voo antes de uma pausa de dois anos em suas operações comerciais. A ideia é usar esse período para desenvolver uma nova classe de naves mais rentável.
“O Galactic 07 está de volta à Terra, agora com astronautas. Nossos pilotos, passageiros e nave pousaram com segurança no Spaceport America, Novo México”, informou a Virgin Galactic na rede social X, alguns minutos após o pouso às 12h41 (de Brasília).
O avião transportador decolou do estado americano às 11h31 de uma pista convencional e, após subir durante cerca de 50 minutos até uma altitude de 13.582 metros, liberou a nave espacial acoplada em sua parte inferior, a VSS Unity.
Com dois pilotos e quatro passageiros, a Unity acendeu seu motor e acelerou verticalmente até alcançar um máximo de quase 88 quilômetros de altitude, logo acima dos 80 quilômetros que marcam o início do espaço, segundo a definição do Exército americano.
Depois de alguns minutos, nos quais os passageiros flutuaram em gravidade zero e puderam observar a curvatura da Terra, a nave voltou a pousar deslizando pela mesma pista.
Apenas o nome de um passageiro foi revelado: o turco Tuva Atasever, encarregado pela empresa americana Axiom Space de realizar vários experimentos científicos.
De acordo com um comunicado da Virgin Galactic, ele levava sensores para recuperar dados cerebrais e dois injetores de adrenalina para realizar observações em microgravidade.
A nave também transportava experimentos das universidades americanas Purdue e Berkeley.
Fundada em 2004 pelo bilionário britânico Richard Branson, a Virgin Galactic havia divulgado que dois passageiros eram dos Estados Unidos e o quarto, da Itália.
Até 125 voos por ano
Uma vez concluída a missão, soube-se a identidade dos demais: Andy Sadhwani, engenheiro de propulsão na SpaceX que trabalhou para a Nasa; Irving Izchak Pergament, promotor imobiliário e piloto de aviões; e Giorgio Manenti, assessor de investimentos na hotelaria e na restauração, segundo o site da companhia espacial.
Esse foi o segundo voo da companhia em 2024 e o 12º no total. Há um ano, a empresa transportou seus primeiros clientes ao espaço durante a missão Galactic 01.
Michel Colglazier, diretor-executivo da Virgin, disse anteriormente que essa sétima missão comercial seria a última da VSS Unity, que será substituída pelo modelo Delta de nova geração provavelmente a partir de 2026.
Trata-se de “um ponto de inflexão para a empresa, já que dedicamos todos os nossos recursos à produção” da Delta, assegurou.
O novo modelo poderá transportar seis passageiros, dois a mais que a Unity. A companhia planeja construir duas unidades inicialmente.
No futuro, a Virgin Galactic espera ter a capacidade de realizar até 125 voos por ano. As decolagens de teste estão previstas para o ano que vem.
No mercado dos voos suborbitais de curta duração, a Virgin compete com a Blue Origin, do bilionário Jeff Bezos.