Sidiney foi assassinado na porta de casa, em Formoso do Araguaia, no sábado (15). O crime está sendo investigado por quatro delegacias da região sul estado.
Em entrevista à TV Anhanguera, a mãe do brigadista, Vicentina de Oliveira Silva, falou sobre como era conviver com o filho e a dedicação dele às questões ambientais da região. Também contou como soube que ele havia sido assassinado.
Vicentina contou como descobriu que Sidiney havia morrido — Foto: Divulgação/TV Anhanguera
“Ele era um filho muito querido para mim, para os irmãos também. Ele era muito presente com todo mundo ajudava muito tanto ‘nós’ quanto as pessoas de fora, fazia muito favor. Então ele era uma pessoa muito querido, muito amado. Trabalhava sempre, sempre foi trabalhador”, disse.
Vicentina também relembrou que Sidiney sempre estava disposto a ajudar as pessoas da região. “Muitas pessoas gostavam dele porque sempre ele fazia o serviço bem feito. Todas as pessoas que ele trabalhou junto durante esses anos todos sempre só gostava de mandar ele e fazer todas coisas, viagem, buscar a caminhonete, buscar as coisa, levar as coisas, sempre tudo era ele […] confiavam muito nele”, afirmou.
No sábado, dia do assasinato, Vicentina contou que soube da morte através de uma das filhas na hora que acordou. “Eu estava dormindo. Eu nem escutei o barulho. Eu ainda estava na cama quando o meu neto chegou. Aí minha filha chegou logo atrás dele, aí falou ‘mãe a senhora tem que ser forte'”.
A princípio, ela pensou que a própria mãe havia morrido, que já a idosa tem mais de 90 anos. De uma maneira ou de outra, se tratava de uma notícia difícil.
“Naquela hora o mundo desabou pra mim, porque eu nunca esperava uma covardia dessa com meu filho. Nunca esperava na minha vida. Mas a gente espera em Deus que tudo seja resolvido. A gente não pensa em maldade, não pensa em vingança. Não pensa nada de ruim. Que Deus sabe o melhor pra fazer”, lamentou Vicentina.
Depois da triste manhã de sábado, em que perdeu seu primogênito, Vicentina contou que não consegue comer direito ou mesmo dormir.
“A vida está um terror, sabe? Eu não tenho mais coragem de sair pra fora. Ficar nos lugares sozinha, sabe? A minha vida acabou… Por completo”, contou.
Vicentina Oliveira é mãe do brigadista Sidiney, morto em Formoso do Araguaia — Foto: TV Anhanguera/Reprodução
Por volta das 7h30, Sidiney estava na porta de casa vendo o nível do óleo do carro para ir pescar com um amigo. Ele foi atingido por dois tiros pelas costas.
Ele era um brigadista experiente, contratado pelo Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Brigadista atuava em defesa da Ilha do Bananal — Foto: Reprodução
Atuou no combate a incêndios na Mata do Mamão e na região da Ilha do Bananal. E, 2023, ajudou a resgatar diversos peixes que ficaram presos em rios que secaram durante o período de estiagem.
Para este ano, ele também já havia sido contratado para seguir com os trabalhos pelo Ibama. Mas morreu antes de dar início aos combates do período.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), as investigações são conduzidas pela 84ª Delegacia de Polícia de Formoso do Araguaia e diante da complexidade do caso, ficou definido nesta terça-feira (18) que a equipe terá apoio da 3ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP – Gurupi), da 8ª Divisão Especializada de Combate ao Crime Organizado (DEIC – Gurupi) e da 7ª Delegacia Regional da Polícia de Gurupi.
Montagem mostra casa abandonada de onde partiram disparos e buracos de bala em parede — Foto: Arte g1
Já foi apurado que os tiros partiram de uma casa abandonada que na frente de onde Sidiney estava. Houve também um relato de que um motociclista teria parado na rua para observar o local.