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A maioria dos brasileiros está otimista com a situação de sua vida. Mas fica menos otimista desde fevereiro. Está cada vez mais preocupado com a inflação. Mas, em uma lista de prioridades para o governo, o custo de vida está em apenas quarto lugar.
Além do mais, o aumento da média dos salários bem além da inflação não aparece no prestígio de Luiz Inácio Lula da Silva. Além da hipótese preços, o estrago pode ter sido causado pela disputa política, acirrada pela eleição.
Em outubro, 43% dos brasileiros diziam que sua vida e de sua família era melhor do que no ano anterior; para 36%, estava na mesma. São percepções parecidas com as dos melhores meses sob Lula, em fins de 2023. A perspectiva para o final do ano era de melhora para 62% dos entrevistados; em fevereiro, para 75%.
A pesquisa é do Ipespe, para a Febraban, feita entre os dias 15 e 23 de outubro. A margem de erro é de 2,2 pontos.
Mas mais gente reclama dos preços. “Pelo que tem visto no dia a dia e ouvido falar”, 77% dos entrevistados dizem que o preço dos produtos aumentou ou aumentou muito nos últimos seis meses. Em outubro de 2023, eram 53%.
A inflação média, medida pelo IPCA, de fato aumenta um pouco. Foi de 3,7% ao ano em abril para 4,8% em outubro. A inflação da comida, dos alimentos que se levam para casa, aumentou bem mais. Era de 0,7% ao ano em janeiro. Agora está em 7,3%. É notável no arroz, no óleo de soja, no café, no leite, em carnes.
No entanto, quando se definem prioridades para o governo, saúde subiu para o primeiro lugar nas citações, com 33%. Emprego e renda aparecem em segundo, com 21%. Educação, a seguir, com 13%. Inflação/custo de vida, com 10%. Logo depois, meio ambiente e segurança, com 7%.
Em outra pesquisa, da FGV, o índice de confiança do consumidor com a presente situação está no melhor nível em quase uma década, embora ainda em zona de insatisfação. Melhor, mas sem grande animação.
A inflação incomoda cada vez mais, mas ainda não a ponto de subir no ranking de prioridades. Tivemos mesmo momentos piores com preços. Desde o início do regime de metas de inflação (1999), o IPCA anual foi superior ao registrado em outubro passado em mais de 66% dos meses. No caso da carestia da comida, a situação é menos confortável: apenas em 47% dos meses o IPCA anual foi maior que o de outubro. Ainda assim. Já tivemos carestias de alimentos com picos de 31% ao ano (2003), 19% (2021), 16% (2016) ou 15% (2013).
O otimismo com o país é até considerável, mas diminui. Na pesquisa Ipespe/Febraban, para 49%, o país vai melhorar neste resto de ano; para 23%, piora. Em fevereiro, 57% tinham expectativa de melhora; 20%, de piora.
Na pesquisa MDA para a CNT (Confederação Nacional do Transporte), a aprovação de Lula cai lentamente, desde maio de 2023 (57% aprovavam, 35% desaprovavam), para os 50% de aprovação em novembro (46% de desaprovação). A margem de erro é de 2,2 pontos.
Este 2024 foi de eleição, o que pode acirrar humores. Como se lê na pesquisa CNT, em janeiro, 48% dos entrevistados achavam que Lula fazia um governo melhor do que o de Jair Bolsonaro; em novembro, 41%. Mais eleitores passaram a se dizer de direita (de 28% em janeiro para 39,2% em novembro).
O prestígio de Lula está perto de entrar no vermelho. Seria prudente cuidar da inflação, estrago que fica na memória.
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