Na visão de Bolsonaro, o que houve na Praça dos Três Poderes foi “um fato isolado”, provocado por “perturbações na saúde mental da pessoa que, infelizmente, acabou falecendo.” E Xandão: “Não é um fato isolado.” A coisa está conectada com o quebra-quebra do 8 de janeiro, num “contexto que se iniciou lá atrás, no famoso gabinete do ódio.” “Pessoas foram instigadas a agredir”, disse o ministro.
Para Bolsonaro, “já passou da hora de o Brasil voltar a cultivar um ambiente adequado para que as diferentes ideias possam se confrontar pacificamente, e que a força dos argumentos valha mais do que o argumento da força.” Xandão parece preferir que a força do direito prevaleça sobre o direito da força. Informou que “a Polícia Federal está em via de conclusão do inquérito dos autores intelectuais” da tentativa de golpe. Anteviu que está chegando a hora “da resposabilização total de todos aqueles que atentaram contra a democracia.”
O duelo entre Bolsonaro e Alexandre de Moraes antecipa as duas consequências práticas das explosões que estremeceram a conjuntura política na noite de quarta-feira: 1) A proposta de anistia dos condenados do 8 de janeiro descerá à sepultura junto com o homem-bomba; 2) Bolsonaro e seus cúmplices ficaram mais próximos de um encontro com incontornáveis sentenças condenatórias.
Opinião
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