O gaúcho Majdy Nasser tem uma dupla razão para ser solidário: além de torcedor do Internacional, é estudante de Medicina em Buenos Aires. “São duas retribuições que eu tenho aqui: uma, por parte da campanha que eles abraçaram junto com a gente, de ajuda ao Rio Grande do Sul; outra, pelo fato de os argentinos possibilitarem a minha formação como médico”, disse. “É o mínimo que eu posso fazer a esse povo argentino, que me acolheu nestes 10 anos que eu estou aqui, e que acolheu o Rio Grande do Sul no momento que eles precisaram”, descreve Majdy à RFI.
Essas retribuições têm ainda mais valor diante do quadro social que a Argentina tem enfrentado. “A gente não esperava, na nossa campanha para o Rio Grande do Sul, tanta ajuda de um povo que têm uma situação econômica meio complicada. A gente procura ajudar essas pessoas em situação de rua. E ainda mais tendo o Inter, o chamado ‘clube do povo’, como base”, observa.
“Como futuro médico, mais do que nunca, tenho a visão de ajudar o próximo, seja salvando, seja protegendo vidas. É isso o que fazemos aqui: protegemos vidas”, ressalta Majdy Nasser, quem também concede assistência médica.
Aliança solidária
A aliança fora dos campos de futebol entre o Internacional de Porto Alegre e o River Plate não surgiu agora. A inspiração para uma parceria social nasceu em 2019. Naquele inverno, o River abriu as portas do estádio para tirar moradores de rua do frio intenso. Em Porto Alegre, inspirado nesse exemplo, o Inter fez o mesmo.
Cinco anos depois, a tragédia no Rio Grande do Sul levou os dois clubes a trocarem rivalidade por solidariedade. Felipe Llorente é secretário-geral da Fundação River Plate e sabe que, a partir de agora, se precisarem, os argentinos vão poder contar com a ajuda dos gaúchos.