A pobreza não é uma prioridade do Milei. Era previsível que ele não assinasse esse acordo para a composição da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Agora, está se tentando ali num esforço de última hora convencê-lo a assinar.
Isso é, de fato, o grande feito do Lula nesse encontro do G20 e Milei não veio aqui colocar azeitona na empada do Lula. Ao contrário: veio para servir de estorvo, percorrendo ali o G20 como uma espécie de ‘mini-Trump’. O objetivo dele é atrapalhar as coisas e não fazer acordos. Josias de Souza, colunista do UOL
Josias exaltou a iniciativa do governo Lula em formar uma aliança global no combate à fome e à pobreza, mas fez um alerta sobre como o projeto será financiado.
É preciso ver como se dará a consequência desse acordo. Formou-se uma grande aliança e o tema é caro ao Lula. Também deveria ser ao mundo, porque a pobreza pelo globo é grande. Deve-se ver como isso se materializará.
Até agora, há um aporte importante e expressivo de US$ 25 bilhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento [BID], mas mesmo isso não é dinheiro novo. O BID está tirando de projetos que ele já tem e está direcionando para essa Aliança Global contra a Fome e a Miséria. É de supor que os programas que o BID está esvaziando eram também de natureza social.
Havia a previsão de aprovação de um imposto sobre grandes fortunas, que também abasteceria essa aliança, mas não é líquido e certo que isso seja incluído no comunicado final do G20. Se for, será de uma maneira anódina, que deixará na dependência da vontade dos países, que não é grande, de sobretaxar os super-ricos.