Um decreto com a medida foi publicado no Diário do Município nesta sexta-feira (24). No documento, a decisão levou em consideração que o aumento do tráfego está deteriorando as ruas da cidade, que não são projetadas para suportar cargas com grande peso.
Apesar da proibição, o decreto não se aplica a veículos destinados ao transporte de produtos essenciais como alimentos, medicamentos, combustíveis e materiais de construção para uso local e veículos utilizados em obras e serviços públicos devidamente autorizados pela Prefeitura Municipal.
O prefeito Fabion explicou ao g1 que tomou a decisão após uma carreta que seguiam com destino à balsa não conseguirem passar por uma ladeira e quase causarem acidentes na região, além dos problemas com a pavimentação.
“Foi preciso chamar a Polícia Militar e reforço de várias máquinas para tirar essa carreta do perigo que ela estava causando na eminência e ter até mortes. Por outro lado, as vias da nossa cidade não estão preparadas para receber as carretas com mais de 30 toneladas. As ruas estão se acabando, deteriorando”, comentou.
O prefeito também reclamou que não está recebendo nenhum tipo de auxílio dos governos estadual e federal. “Os nossos funcionários é que estão sinalizando e tentando ajudar. Mas agora as ruas estão deterioradas, não temos mais condição de receber esses caminhões. Estamos sinalizando na entrada da nossa cidade e também no trevo de Aguiarnópolis, na transamazônica. onde estamos direcionando os carros para ir por o acesso de São Miguel, onde tem a ponte e é até um acesso melhor”, afirmou.
Após a publicação do decreto municipal, Fabion destacou que informou as forças de segurança a Agência de Transportes, Obras e Infraestrutura (Ageto) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
“Essa medida aí é para proteger o povo e a nossa cidade. Nós achamos que tivemos que aguentar até muito tempo, agora não dá mais para aguentar ver tudo sendo destruído e a gente não tem ajuda de ninguém. Então nós tomamos essa decisão”, completou o prefeito Fabion.
Caso tenha descumprimento, o decreto prevê multa administrativa, conforme valores definidos pela regulamentação municipal e até a retenção ou remoção do veículo.
O Governo do Estado, por meio da Agência de Transportes, Obras e Infraestrutura (Ageto), informou que desde o dia do acidente tem dialogado com a Prefeitura de Tocantinópolis e demais municípios da região. Também afirmou que está trabalhando constantemente com operação tapa-buracos, implantando mais placas de sinalização e providenciando a manutenção do tráfego nas rotas alternativas e que a Residência Viária da Ageto de Tocantinópolis está com equipes voltadas aos serviços de manutenção (veja nota na íntegra no fim da reportagem).
Questionado sobre a situação da cidade, o DNIT informou que as rotas alternativas orientadas pela autarquia não incluem o trajeto de veículos pesados pelo município de Tocantinópolis. O trajeto foi indicado apenas para veículos leves.
Confira as rotas alternativas indicadas pelo DNIT:
- Pegar a TO-126 em Aguiarnópolis até Tocantinópolis;
- Realizar a travessia pela balsa até Porto Franco/MA;
- Seguir pela BR-226/MA (30 km).
Rota 2 (Veículos pesados):
- Pegar a TO-134 em Darcinópolis até a BR-230 em Axixá do Tocantins (149 km);
- Pegar a TO-201 em Axixá do Tocantins até a TO-126 em Sítio Novo do Tocantins (15,1 km);
- Pegar a TO-126 em Sítio Novo do Tocantins até Imperatriz e seguir pela BR-010/MA (26,9 km).
Rota 3: (Veículos pesados)
- Pegar a BR-230 em Aguiarnópolis até Luzinópolis (79 km);
- Seguir pela BR-230 em Luzinópolis até a TO-134 em Axixá do Tocantins (78 km);
- Pegar a TO-201 em Axixá do Tocantins até Sítio Novo do Tocantins (15,1 km);
- Pegar a TO-126 em Sítio Novo do Tocantins até Imperatriz/MA (26,9 km) e seguir pela BR-010/MA.
Para ter acesso à BR-226/TO:
- Pegar a BR-010/226/MA de Estreito a Porto Franco (30 km);
- Realizar a travessia pela balsa para Tocantinópolis/TO e seguir pela TO-126.
Rota 2 (veículos pesados):
- Acessar a BR-226/MA em Estreito até Porto Franco (30 km);
- Pegar a BR-010/MA em Porto Franco até Imperatriz (100 km);
- Seguir pela TO-126/134 até Axixá do Tocantins e seguir pela BR-230/TO para acesso à BR-226/TO.
Rua da cidade de Tocantinópolis — Foto: Divulgação/ Prefeitura de Tocantinópolis
A causa do colapso ainda está sendo investigada, de acordo com o DNIT. A Polícia Federal também abriu uma investigação para apurar a responsabilidade da queda da estrutura.
Na época do acidente, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgou as rotas para desvio, que inclui Tocantinópolis. Clique e confira.
Passado um mês do acidente, equipes da Marinha do Brasil e dos bombeiros seguem as buscas para tentar encontrar Salmon Alves Santos, de 65 anos e Felipe Giuvannuci Ribeiro, 10 anos, avô e neto, e Gessimar Ferreira da Costa, de 38 anos. Mas os mergulhos no Rio Tocantins estão suspensos devido à abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Estreito, segundo os bombeiros.
No dia 10 de janeiro, foi publicado no Diário Oficial da União a contratação da empresa PIPES Empreendimentos LTDA, no valor de R$ 6.405.001,97. Mas nesta quinta-feira o DNIT informou que a dispensa de licitação para a contratação vai ser revogada. Segundo a autarquia, houve descumprimento das obrigações contratuais por parte empresa.
Íntegra da nota do Governo:
Agência de Transportes, Obras e Infraestrutura (Ageto) informa que desde o dia do acidente com a ponte JK, entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA) tem dialogado com a Prefeitura de Tocantinópolis e demais municípios da região.
Por meio da Ageto, o Governo do Estado vem trabalhando constantemente com operação tapa-buracos, implantando mais placas de sinalização e providenciando a manutenção do tráfego nas rotas alternativas, como foi o caso no perímetro urbano de Axixá do Tocantins, esta semana, onde foi providenciado um pequeno desvio para facilitar as manobras das carretas em uma rua estreita.
A Residência Viária da Ageto de Tocantinópolis está com todas as suas equipes voltadas aos serviços de manutenção, recuperação e melhoria nas rodovias que compõem as rotas alternativas ao trânsito devido ao acidente com a ponte.
Ponte entre Maranhão e Tocantins desaba sobre rio — Foto: Francisco Sirianno/Grupo Mirante