O desabamento da ponte aconteceu no dia 22 de dezembro de 2024, quando o vão central caiu e deixou 14 mortos e três desaparecidos. Entres os veículos que passavam no local na hora do acidente estavam duas caminhonetes, um carro, três motos e quatro caminhões, sendo que dois carregavam ácido sulfúrico e um agrotóxicos.
Depois de mais de um mês, a ponte será implodida. Veja abaixo os tópicos abordados na reportagem:
- Como será a implosão?
- Que método utilizado?
- Quanto tempo vai durar a ação?
- Como ficam os moradores da região?
- Quem é o engenheiro responsável pela implosão?
- Porque a implosão é necessária?
- Como foi a queda da ponte?
- Quem são as vítimas?
Vão central da ponte entre Aguiarnópolis e Estreito desabou em dezembro — Foto: Reprodução/TV Globo
Conforme os engenheiros responsáveis, a implosão será realizada em etapas, já que as partes da ponte não podem ser demolidas ao mesmo tempo. Por isso, os explosivos serão acionados com um intervalo de três segundos e de forma remota.
Para facilitar o acesso das máquinas que vão remover os escombros, o solo abaixo da estrutura passou por terraplanagem. Nada pode cair na água para não atrapalhar as buscas pelas três vítimas que estão desaparecidas. Para garantir que os escombros não sejam arremessados para as casas, telas foram colocadas nas bases dos pilares.
“Aqui no caso, em função do colapso e da condição precária da estrutura nós estamos intervindo apenas nos pilares e no limite da segurança, principalmente aqui do lado do Tocantins. A estrutura foi bastante afetada. Nós tivemos que trabalhar sobre o crivo de um monitoramento muito intenso e de tal forma que não ultrapassássemos o limite da segurança”, explicou o engenheiro responsável Manoel Jorge Diniz.
Que metódo será utilizado?
Para demolir a estrutura que sobrou da ponte será utilizada uma técnica de calor intenso e explosivos que irão fragmentar as formações rochosas. Segundo o DNIT, esse tipo de trabalho é feito quando não é possível utilizar maquinário pesado sobre a estrutura.
“Isso é a técnica de fogo. O fogo é a explosão. A gente determina o correto posicionamento dos explosivos de forma que, quando eles forem detonados, a linha de fratura provocada faça com que aquela estrutura seja desmontada e venha abaixo, na direção que a gente tenha intenção e que provoque uma quantidade de danos menor”, detalhou.
Acima a estrutura da ponte recebe buracos para explosivos e abaixo a ponte após a queda do vão central — Foto: TV Mirante/Ana Paula Rehbein/TV Anhanguera
Quanto tempo vai durar a ação?
Segundo o DNIT, a implosão deve demorar 15 segundos. Isso porque os detonadores não serão acionados ao mesmo tempo. As explosões devem ser feitas por etapa e intervalos de milésimos de segundo, conforme o engenheiro responsável Manoel Jorge Diniz.
Como ficam os moradores da região?
Pelo menos 50 casas serão desocupadas em Aguiarnópolis (TO) e 150 em Estreito (MA), uma hora antes da implosão. Na cidade tocantinense, a prefeitura e Defesa Civil orientaram os moradores da rua JK e João Aguiar sobre o processo de evacuação.
A população contará com um a ônibus para ajudar no deslocamento até a área de segurança, em um ginásio coberto de Aguiranópolis. Os moradores podem voltar para casa trinta minutos depois demolição da ponte.
Mapa mostra área s que serão desocupadas durante demolição da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Quem é o engenheiro responsável pela implosão?
O engenheiro de minas Manoel Jorge Diniz Dias, conhecido como Manezinho da Implosão, será o responsável pelo processo que irá derrubar a estrutura que restou da ponte. Ele passou a trabalhar na área em 1982, com o pioneiro da implosão no Brasil, Hugo Takahashi.
- Presídio do Carandiru, em São Paulo, em 2002
- Presídio da Ilha Grande, no Rio de Janeiro, em 1994
- Edifício Palace II, no Rio de Janeiro, em 1998
- Edifício Berrini, em São Paulo, em 2008
- Estádio Fonte Nova, na Bahia, em 2010
Manoel Jorge Diniz Dias é o responsável pela implosão da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Porque a implosão é necessária?
A previsão é que a nova ponte entre Aguiarnópolis e Estreito seja entregue no dia 22 de dezembro deste ano, quando o acidente completará um ano.
Como foi a queda da ponte?
Vereador mostrava situação da ponte e flagrou momento da queda
Em uma das imagens, o vão central da ponte de Estreito, como é popularmente conhecida, desabou de uma vez, causando muita fumaça com o impacto da poeira dos escombros com a água. Na água, depois do desabamento, é possível ver parte das cargas boiando.
- Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos
- Kecio Francisco Santos Lopes, de 42 anos
- Lorena Ribeiro Rodrigues, de 25 anos
- Ansio Padilha Soares, de 43 anos
- Silvana dos Santos Rocha, de 53 anos
- Andreia Maria de Sousa, de 45 anos
- Elisangela Santos das Chagas, de 50 anos
- Alison Gomes Carneiro, de 57 anos
- Rosimarina da Silva Carvalho, de 48 anos
- Cássia de Sousa Tavares, de 34 anos
- Cecília Tavares Rodrigues, de 3 anos
- Beroaldo dos Santos, de 56 anos
- Alessandra do Socorro Ribeiro, 50 anos;
- Marçon Gley Ferreira, de 42 anos.
- Salmon Alves Santos, 65 anos;
- Felipe Giuvannucci Ribeiro, 10 anos;
- Gessimar Ferreira, 38 anos.
O único sobrevivente é Jairo Silva Rodrigues, de 36 anos. Ele foi resgatado e encontrado com vida após o desabamento da ponte, ainda no domingo (22). Após o resgate, ele foi levado para o hospital.
Os Bombeiros afirmam que as buscas pelos desaparecidos continuam, mas sem mergulhos, por causa das chuvas que provocaram um aumento do nível do rio nas últimas semanas.