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Quando foi escolhido para liderar o grupo, ele vivia na Faixa de Gaza, onde nasceu em 1962, num campo de refugiados.
Em 2019, foi para Doha, no Catar, porque o bloqueio imposto por Israel dificultava sua entrada e saída do território palestino.
A morte foi anunciada em comunicados do próprio Hamas e da Guarda Revolucionária do Irã.
O Hamas acusou Israel, que até a última atualização desta reportagem não havia se pronunciado.
Segundo o grupo palestino, Haniyeh foi morto “em um bombardeio sionista em sua residência em Teerã, após participar da posse do novo presidente do Irã”, Masoud Pezeshkian. O Irã apoia o Hamas.
As autoridades iranianas não deram mais detalhes e disseram que o ataque está sob investigação.
O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu eliminar o Hamas em retaliação ao massacre cometido pelo grupo em território israelense no dia 7 de outubro de 2023, quando um bárbaro ataque terrorista deixou cerca de 1.200 mortos e 250 pessoas foram levadas como reféns, algumas das quais seguem em poder do Hamas até hoje.
Desde então, Israel ataca sem parar a Faixa de Gaza com o objetivo declarado de extinguir o Hamas, que controla Gaza. Mas, muitos desses bombardeios atingiram áreas onde viviam civis e campos de refugiados. Autoridades de Gaza afirmam que quase 40 mil pessoas foram mortas desde então, incluindo crianças e pessoas ligadas a ONGs e entidades presentes no território, como a Organização das Nações Unidas (ONU).
Israel afirma que terroristas se escondem em áreas civis e usam inocentes como escudos humanos.
Trajetória e morte da família
Haniyeh chegou ao poder em 2017 como um político pragmático, imagem que preservou nos últimos anos.
Naquela época, o Hamas se esforçava para suavizar sua imagem após anos de conflito com o Fatah, a organização palestina moderada, que apoia a solução de dois Estados (o Hamas prega a destruição de Israel).
Quando Haniyeh deixou Gaza, o Hamas passou ser liderado no território por Yahya Sinwar, que é considerado o arquiteto dos ataques terroristas de outubro.
No Catar, Haniyeh participava das negociações por um cessar-fogo para encerrar a guerra com Israel em Gaza, com mediação do Catar, do Egito e dos Estados Unidos.
À época, Haniyeh disse: “O inimigo acredita que, ao atingir as famílias dos líderes, irá pressioná-los a desistir das exigências do nosso povo. Qualquer um que acredite que atacar os meus filhos irá pressionar o Hamas a mudar a sua posição está delirando”.
Haniyeh nasceu num campo de refugiados em Gaza, filho de pais palestinos que em 1948 foram deslocados de uma área que hoje é território de Israel, em Ashkelon, e estudou em escolas administradas pela UNRWA, a agência da ONU para os palestinos. Chegou a ser preso por Israel no fim da década de 1980.
Juntou-se ao Hamas em 1987, quando o grupo militante foi fundado durante a primeira intifada (revolta) palestina contra Israel.
Ganhou projeção na organização nos anos 1990, devido à proximidade com o então líder espiritual do Hamas, o xeque Ahmed Yassin.
Entre 2006 e 2007, chegou a ser primeiro-ministro palestino após a vitória do Hamas nas eleições parlamentares.
Foi tirado do cargo pelo presidente do Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, após o braço militar do Hamas, as brigadas Al-Qassam, tomarem o controle de Gaza e expulsarem integrantes do Fatah.
Desde então, há uma separação nos territórios palestinos: o Hamas controla Gaza e o Fatah está na Cisjordânia.