O ex-secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins, Claudinei Aparecido Quaresemin, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal por suposto envolvimento em uma organização criminosa suspeita de atuar em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
Conforme decisão que determina a prisão de Quaresemin e mais 16 pessoas, o ex-secretário teria beneficiado uma das empresas investigadas em licitações para a Secretaria de Educação do Estado do Tocantins (Seduc) e Secretaria de Estado da Administração (Sefaz).
O g1 pediu um posicionamento ao Governo do Estado com relação ao pedido de prisão de Quaresemin e quanto aos contratos, e aguarda resposta. A reportagem também tenta localizar a defesa de Claudinei Quaresemin.
Com a Seduc, o contrato foi firmado em mais de R$ 13 milhões, mas com aditivos autorizados, o valor chegou a R$ 16.901.880,25. Também há outro contrato com a mesma empresa no valor de R$ 1.543.600,00 para serviços de sanitização na própria sede da SES. Na Sefaz, o contrato é de R$ 9.392.642,40.
Os investigadores citaram que entre os anos de 2021 e 2024, a empresa recebeu do Estado do Tocantins mais de R$ 59 milhões, sendo: R$ 13.568.759,18 em 2021; R$ 18.649.522,68 em 2022; R$ 18.100.385,03 em 2023; e R$ 8.945.565,09 em 2024.
Como troca por beneficiar a empresa, os investigadores apontam que pessoas físicas e jurídicas indicadas por Quaresemin receberam, em diversos depósitos, cerca de R$ R$805.400,00.
Outros dois nomes, que seriam servidores estaduais, teriam se beneficiado com o esquema e indicado nomes para receberem transferências do proprietário da empresa investigada também tiveram as prisões preventivas decretadas.
Conforme a decisão, os investigadores descobriram que havia uma organização criminosa que atuava para desviar recursos públicos provenientes de emendas parlamentares e convênios.
As investigações constataram a prática de superfaturamento em obras e desvios de recursos com o apoio de interlocutores que facilitavam a liberação de verbas destinadas a projetos previamente selecionados pela organização criminosa, a exemplo do que ocorreu no Tocantins, segundo apurado.
Conforme a investigação, eram usadas empresas de fachada controladas por “laranjas”, que movimentavam os recursos ilícitos e empresas com grande fluxo financeiro em espécie, para dissimular a origem dos valores desviados.
Na casa de um dos empresários presos na Bahia, a polícia conseguiu apreender dinheiro em espécie. Além das prisões, foi determinado o sequestro de bens dos investigados, incluindo o ex-secretário Quaresemin.
A decisão é do juiz federal Fábio Moreira Ramiro, da 2ª Vara Federal de Salvador (BA), que também determinou que os órgãos públicos que possuem contratos com as empresas investigadas suspendam os pagamentos.