Na entrevista abaixo, ele aponta novos caminhos para a educação em matemática: mais lenta e visual, menos competitiva e, consequentemente, mais atrativa para os estudantes. “Nossa experiência mostra: quando damos aos alunos tarefas desafiadoras, com tempo para cumpri-las, eles fazem jus ao desafio”.
A matemática, no Brasil, é vista como uma espécie de “vilão” da educação básica por ser bastante desafiadora. Essa é uma fama mundial? Se sim, a que se deve isso?
É verdade que, no mundo inteiro, existe uma relação de medo e ansiedade com a matemática — poucos conseguem entender e avançar, mas não representam a maioria. Para muitos, há cérebros feitos para as exatas e outros mais adequados às humanas, e essa explicação é parte do problema, pois está enraizada no nosso modo de pensar.
A matemática, para quem lida com ela no dia a dia, é como a música — criativa, encantadora. Já nas escolas, ela é traduzida de forma chata, de modo que os estudantes decoram o conteúdo sem entendê-lo.
Resumindo, há a matemática das disciplinas e a matemática escolar. E o problema está nesta última, em sua forma de ensino, um modelo de educar em que, se você tem sucesso, é visto como inteligente, e se fracassa é porque não é das exatas.
Você defende uma nova abordagem diante desse panorama. Ela requer uma mudança na forma, na metodologia ou há, também, ajustes no conteúdo a serem feitos?