![](https://portalgilbertosilva.com.br/wp-content/uploads/2024/11/ANUNCIE-AQUI-2.jpg)
Segundo o CNE, Maduro teve 51,2% dos votos e o principal candidato da oposição, Edmundo González, 44%. O resultado indica uma diferença de 704 mil votos entre os dois candidatos – como os dados finais ainda não foram divulgados, esses números devem mudar.
A oposição, que tem denunciado irregularidades, ainda não se manifestou. Pesquisas de boca de urna indicavam vitória de Gonzales por larga vantagem, segundo a agência de notícias Reuters.
De acordo com o CNE, 59% dos eleitores participaram da votação – 13 pontos acima dos 46% registrados em 2018, quando Maduro conquistou seu segundo mandato em um pleito marcado por denúncias de fraude, boicote da oposição e alta abstenção.
Minutos após a divulgação, Maduro disse em discurso a apoiadores em frente ao Palácio de Miraflores, sede do governo venezuelano, que sua reeleição era o triunfo da paz e da estabilidade.
“O povo disse paz, tranquilidade fascismo na Venezuela, na terra de Bolívar e Chávez, não passará”, disse Maduro.
Oposição denunciou irregularidades e pediu vigila por contagem paralela
O anúncio do CNE ocorreu após horas de indefinição (em 2018, os resultados foram divulgados no mesmo dia da eleição, no horário de Brasília) e em meio a queixas da oposição de irregularidades na apuração dos votos, que pediu a seus apoiadores para fazerem uma vigília nos locais de votação e viabilizar uma contagem paralela dos votos.
Antes da divulgação feita pelo CNE, tanto a oposição quanto o governo haviam otimismo com os resultados.
González afirmou que “os resultados são inocultáveis” e que “o país escolheu uma mudança em paz”.
Maduro não se manifestou. Aliados, entretanto, indicaram acreditar numa vitória do presidente. “”Não podemos dar resultados, mas podemos dar rostos”, disse Jorge Rodríguez, coordenador da campanha de Maduro, apontando o dedo para o rosto e sorrindo.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, disse que os resultados que o regime chavista divulga são “difíceis de crer”.
“Do Chile, não reconheceremos nenhum resultado que não seja verificável”.
Antes da divulgação dos resultados, outras lideranças internacionais haviam cobrado transparência e respeito aos resultados.
A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, afirmou que “a vontade do povo venezuelano deve ser respeitada” e o subsecretário americano para a América Latina, Brian Nichols, disse que cabia às autoridades eleitorais “garantir a transparência e o acesso a todos os partidos políticos e a sociedade civil à contagem” dos votos.
Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais de Lula, disse esperar que o resultado seja respeitado por todos os candidatos.
Já o presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou no X que os venezuelanos “escolheram acabar com a ditadura comunista de Nicolás Maduro”.
Votação teve longas filas e clima tranquilo
Apesar do clima de tensão – o pleito de 2024 foi considerado o mais desafiador para o chavismo em seus 25 anos – a votação ocorreu sem grandes episódios de violência.
Houve longas filas em vários locais de votação.
O horário oficial de votação foi das 7h às 19h, mas eleitores que estivessem na fila após o fim do horário final.
Maduro votou logo no começo do dia, e disse que reconheceria os resultados oficiais. González votou pouco depois das 14h, e afirmou acreditar que as Forças Armadas respeitariam as votações.
“Reconheço e reconhecerei o árbitro eleitoral, os boletins oficiais e garantirei que sejam respeitados”, disse Maduro a repórteres, após deixar o local de votação.
“A comunidade internacional da qual nosso país Chile é parte não aceitaria outra coisa”, garante Boric.
Nesse período, representantes de diversos países cobraram transparência na divulgação dos dados e
Em 2018, o presidente Nicolás Maduro havia recebido 6.248.864 votos, sendo eleito com 67,85% dos votos válidos. A votação teve a participação de 46% do eleitorado. Os resultados foram contestados pela oposição e por entidades internacionais.
Maduro entrou na disputa em um contexto de profunda crise econômica e humanitária na Venezuela. Em 10 anos, o Produto Interno Bruto (PIB) venezuelano teve uma queda de 80%, levando mais de 7 milhões de pessoas a deixarem o país.
Filas, mas sem grandes episódios de confusão
O dia foi marcado por longas filas em algumas seções eleitorais. Os pontos de votação deveriam abrir às 6h, no horário local (7h, de Brasília), mas, cerca de 2h40 depois, 5% deles ainda não tinham sido abertos, segundo o CNE.
Em um ponto de votação em Caracas, houve confusão com empurrões e tapa na fila de eleitores antes da abertura dos portões.
“Eles não nos deixam entrar, por quê? Queremos votar, queremos ser uma nação venezuelana livre e não chavista nem madurista, para que estejamos todos juntos”, disse o eleitor Oscar Marquina, segundo a Reuters.
No mesmo local, a polícia chegou a impedir a entrada de ao menos oito representantes partidários autorizados pelo Conselho Nacional Eleitoral venezuelano (CNE), informou a agência de notícias AP.
VÍDEO: confusão entre eleitores venezuelanos
Voluntários dos partidos de oposição e pró-governo enfrentam a segurança exigindo entrar no centro eleitoral Andrés Bello, em Caracas, Venezuela, 28 de julho de 2024 — Foto: Reuters/Leonardo Fernandez Viloria
Eleição na Venezuela — Foto: Juan Silva/g1