
Conforme o alvará de soltura, a liberdade provisória seria concedida mediante o pagamento de fiança no valor de R$ 100 mil ou bloqueio de bens e valores da suspeita. Na última terça-feira (25), a Justiça determinou o bloqueio de R$ 530 mil das contas bancárias dela. A decisão foi assinada pelo juiz substituto Luiz Zilmar dos Santos Pires, da 3ª Vara Criminal de Palmas.
A advogada Laura Gondim, informou que Iomayra já saiu da Unidade Penal Feminina e que as alegações feitas são precipitadas e desproporcionais aos fatos e que todos os esclarecimentos necessários serão apresentados. A defesa ainda afirmou que confia nas instituições responsáveis e se coloca à disposição para colaborar com o inquérito (veja nota completa abaixo).
Segundo o pedido do Ministério Público à Justiça, Iomayra possui um negócio no ramo alimentício que estaria sendo usado para receber o dinheiro furtado da empresa onde trabalhava. E por isso seria necessário o bloqueio de bens, que inicialmente foi feito apenas para conta bancária de pessoa física.
Iomayra foi presa em flagrante na última quinta-feira (20). A patroa dela descobriu o esquema quando a funcionária faltou um dia de trabalho. Ao checar as contas identificou o adiantamento no pagamento de boletos e que esses mesmos documentos eram pagos em datas diferentes, no dia do vencimento.
Empresária explica como descobriu que assistente teria desviado R$ 530 mil de empresa
“Ela vinha ostentando traços externos de riqueza, tendo um padrão de vida bem superior aos ganhos, tendo em vista que ela é assalariada com rendimento possível de R$ 1,5 mil por mês, e mesmo assim andava com carros importados novos, tinha mais de um imóvel, sempre viajava, gastava muito dinheiro com festas, tinha eletrodomésticos caros, eletroeletrônicos e estava acumulando capital”, explicou.
‘Veio trabalhar como se nada tivesse acontecido’
Assistente abraçou a chefe quando chegou à empresa, pouco antes da prisão — Foto: Reprodução
“Eu falei não é possível. Foi terrível! A coisa que eu mais precisava que acontecesse era que ela viesse trabalhar na quinta-feira [dia da prisão]. Ela veio trabalhar como se nada tivesse acontecido. Ela tinha acesso de criar um boleto, ela poderia pôr para qualquer um o pagador, então ela forjava o boleto com as informações que eram necessárias. E ela colocava isso junto com a nota fiscal”, disse a dona da empresa, Luciana Borges.
“Por favor, excelência, meu celular está todo bloqueado. Eu faço esse compromisso [de não mexer no dinheiro]”, comentou a investigada durante a audiência, acompanhada da defesa.
Íntegra da nota da defesa de Iomayra Oliveira
Diante das acusações que ensejaram a prisão da Iomayra, a defesa esclarece que as alegações feitas são precipitadas e desproporcionais aos fatos, o que se atesta através da liberdade provisória concedida. Reforçamos nosso compromisso com a verdade e com a justiça, confiando que, no momento oportuno, todos os esclarecimentos necessários serão apresentados, e a realidade dos fatos será exposta.
Pedimos cautela na disseminação de informações, evitando julgamentos prematuros que possam comprometer a correta apuração dos fatos e a contaminação das investigações. Confiamos nas instituições responsáveis e reafirmamos nossa total disposição para colaborar com o deslinde do inquérito.