
Caroline afirmou que apesar do susto está bem. Ela estava no maior shopping da cidade com as amigas no momento do primeiro tremor.
“Tudo tremeu, parecia que estava em um pula-pula de crianças. No começo pensei ‘fiquei tonta’. Minha amiga me olhou e falou que também estava tonta”, relembrou.
Caroline Coriolano, Tatiana Mourão e Adriana Soares em tuk tuk 30 minutos antes de terremoto de magnitude 7,7 que chegou a Tailândia — Foto: Arquivo pessoal
No momento do segundo tremor, ela percebeu que poderia ser uma situação de risco diante da reação de pessoas locais, que imediatamente deixaram o shopping e causaram certo tumulto.
“As vendedoras começaram a olhar assustadas. Veio o segundo tremor, elas saíram correndo, deixamos nossas compras no chão e também saímos. Não sabíamos o que estava acontecendo. Demos sorte de estarmos no primeiro andar. O maior tumulto, todos correndo para saída. Passamos correndo entre os carros, pulamos alambrados, derrubamos arbustos, todos corriam para longe do shopping. Pensamos que o prédio estava caindo, mas percebemos que todos saíam de todos os prédios”, afirmou sobre o momento de desespero.
O desespero das pessoas nas ruas também assustou a advogada e a amiga, que presenciaram pessoas chorando e sendo retiradas dos prédios. Uma das dificuldades em entender o que havia acontecido foi o idioma, segundo Caroline.
“Todos os prédios foram esvaziados e tivemos que ficar na rua e no sol. Coloquei no tradutor terremoto em tailandês e perguntei para uma local. Ela confirmou, mas avisou que o epicentro era em Mianmar, que não precisávamos nos preocupar. Não sabíamos para onde ir ou o que fazer. Um professor que estava com os alunos falou para correrem para um parque, nós os seguimos“, disse.
População de Bangkok após terremoto de magnitude 7,7, que chegou na Tailândia — Foto: Caroline Coriolano/Arquivo Pessoal
Após procurar um espaço aberto, Caroline também percebeu as sirenes disparadas para alertar a população tailandesa. Para ter um norte do que deveriam fazer, ela e a amiga entraram em contato com o hotel que estavam hospedadas. A orientação era para que ficassem em um local seguro.
“Tocava uma sirene sem parar e tinha uma voz de mulher em um autofalante gritando em tailandês, não entendíamos nada. Os transportes públicos, carros, motos, tudo sumiu. Resolvemos andar sete quilômetros para chegar ao hotel. No caminho todos na rua estavam sentados nas calçadas”, comentou.
Mas mesmo diante dos riscos causados pelo terremoto, ela disse que viu um prédio residencial isolado, com parte do revestimento no chão. À noite, segundo ela, a situação já havia se normalizado no local em que estava. “Foi bem assustador. Mas graças a Deus, só um susto”, afirmou.
Segundo a advogada, não houve nenhuma outra orientação após o terremoto, mas ela e as amigas estão andando pela cidade com o passaporte e água por segurança. Elas voltam para o Brasil na manhã de segunda-feira (1º), horário local de Bangkok.
Prédio desaba durante terremoto na Tailândia; momento foi registrado por vários ângulos. — Foto: Reprodução
Em Mandalay, segunda maior cidade de Mianmar, sobreviventes chegaram a escavar os escombros com as próprias mãos para tentar salvar as pessoas que estavam presas, até a chegada do maquinário.
A junta militar que governa Mianmar desde 2021 decretou estado de emergência em seis regiões, incluindo Sagaing, Mandalay e a capital, informou a mídia estatal. A junta militar também pediu doações a qualquer país ou organização que queira contribuir com as ações de resgate. Em um pronunciamento na TV estatal, o porta-voz também pediu materiais médicos para as vítimas.
China, Rússia, Índia, Coreia do Sul, Malásia e Cingapura enviaram suprimentos e ajuda para Mianmar. Estados Unidos e União Europeia também prometeram apoio. A ONU deve alocar US$ 5 milhões do Fundo Central de Resposta a Emergências para ações de socorro imediato na região.