A partir da recusa da mulher, a investigação descobriu que o homem passou a invadir as redes sociais e e-mail da ex-companheira. Para stalkear a mulher, passou a criar contas falsas para fazer amizade com ela em aplicativos.
Pela internet ele enviou fotos e vídeos que mostravam relações sexuais entre os dois e ameaçou publicar o conteúdo íntimo nas redes. Com a ameaça, a vítima procurou a Polícia Civil.
O nome do réu não foi divulgado, por isso o g1 não conseguiu contato da defesa.
Da mesma forma que aconteceu nesse caso, a psicóloga comenta que geralmente o “stalking” reflete em outras condutas. “Não é apenas vigiar a rede social da pessoa, é quando ela ultrapassa os limites, começa a querer pegar o telefone da pessoa, ligar insistentemente, perseguir os colegas, tentar sempre um meio de comunicação invasivo, e quando é rejeitado, isso potencializa”, exemplifica.
Outro fator que pode potencializar o comportamento de um stalker é justamente a falta de abertura da vítima. “O fato de estar sendo rejeitado provoca [o stalker], porque ele acredita que a vítima […] é propriedade dele, então ele quer que a pessoa dê atenção”, comenta.
Em contrapartida, a psicóloga afirma que responder às mensagens de um stalker reforça o comportamento perseguidor. O ideal é buscar ajuda.
A pessoa com comportamentos de stalker tende a não reconhecer em si mesma essas características, mas é possível buscar ajuda com terapia e até mesmo tratamento medicamentoso para controlar os sintomas. “Acaba sendo uma doença, porque a pessoa ultrapassa todos os limites”, afirma a psicóloga.
Stalker — Foto: Reprodução/Globo
Perseguir uma pessoa online ou no mundo físico pode dar cadeia. Em abril de 2021, foi sancionada uma lei que incluiu no Código Penal o crime de perseguição, conhecido também como “stalking” (em inglês).
A pena para quem for condenado é de 6 meses a 2 anos de prisão, mas pode chegar a 3 anos com agravantes, como crimes contra mulheres.
Na prática, o crime de “stalking” digital se dá quando a tentativa de contatos é exagerada: o autor passa a ligar repetidas vezes, envia inúmeras mensagens, faz inúmeros comentários nas redes sociais e cria perfis falsos para driblar eventuais bloqueios.